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Um dos desafios atuais do Sistema Único de Saúde diz respeito à consolidação de um modelo assistencial cujo foco da atenção extrapole o tratamento das doenças e aborde os determinantes das condições de saúde de uma dada população. Ressalta-se a necessidade de investir na formação de profissionais da saúde com competências que abarquem essa visão ampliada do processo saúde-doença e incorporem tecnologias para operacionalizar as ações de Promoção da Saúde. Neste sentido, uma fundação do terceiro setor articulou a formação de uma rede municipal composta por representantes políticos, organizações não-governamentais, sociedade civil e Instituições de Ensino Superior (IES) a fim de realizar projetos comunitários em cinco municípios paulistas para propiciar a formação de profissionais que atuam na promoção do desenvolvimento infantil em famílias com crianças até três anos. Foram realizadas oito intervenções-chave, a saber: pré-natal, famílias grávidas, parto, puerpério, puericultura, creches, espaços lúdicos e grupos de reflexão com famílias. A participação das IES pode contribuir para a transformação da realidade local por meio da extensão universitária, sem desconsiderar o ensino e a pesquisa, uma vez que projetos extensionistas possibilitam articulação mais imediata com os diversos segmentos da sociedade. Diante deste contexto, objetivou-se reconhecer a inclusão do conteúdo de desenvolvimento infantil com ênfase na promoção da saúde nos âmbitos de ensino, pesquisa e extensão das IES partícipes. Trata-se de uma pesquisa ação que compreende cinco fases, sendo apresentados os resultados parciais da primeira fase por meio de análise documental das ementas dos cursos de graduação antes dos projetos comunitários nos municípios partícipes e aplicação de um questionário e entrevista com um informante-chave das IES participantes. A caracterização inicial demonstrou lacunas na incorporação do desenvolvimento infantil com foco nos conteúdos e abordagens relacionados às oito intervenções-chave na maioria dos cursos analisados (enfermagem, psicologia, pedagogia, fisioterapia, terapia ocupacional e educação física). Ampliar a visibilidade da extensão universitária por meio de indicadores pode contribuir para a transferência de tecnologias e a produção de conhecimento relacionado a novas práticas que criam redes intersetoriais e que fortalecem a autonomia dos sujeitos em prol do desenvolvimento infantil à luz da promoção da saúde.