Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Motivação para o trabalho na Estratégia de Saúde da Família na perspectiva de diferentes categorias profissionais
Monique de Souza Bloise, Carlos Eduardo Aguilera Campos, Ana Laura da Rocha Bastos da Silva Brandão, Verena Duarte de Moraes

Resumo


A expansão e consolidação da estratégia de saúde da família (ESF) coloca em evidência a avaliação de fatores relacionados com a qualidade dos serviços de saúde. A qualidade em saúde envolve múltiplos aspectos como acesso aos serviços, qualificação profissional, recursos disponíveis, satisfação do usuário, entre outros. A satisfação do usuário está intimamente relacionada à motivação do profissional. Sendo assim, o desempenho dos profissionais traz consequências para a organização, para a comunidade e para o próprio trabalhador, podendo afetar a resolutividade dos problemas de saúde da população e a legitimidade da ESF. Dentro desta perspectiva, o objetivo deste trabalho foi levantar, através de grupo focal, os principais fatores relacionados à motivação de profissionais que trabalham na estratégia de saúde da família. Foram realizados dois grupos focais em uma unidade de saúde na Zona Oeste do município do Rio de Janeiro. Em um grupo participaram enfermeiras e médica e no segundo grupo houve a participação de agentes comunitários de saúde. As principais dimensões de motivação levantadas foram: a remuneração, reconhecimento profissional, satisfação do usuário, acesso, autonomia, relações de trabalho, legitimidade da ESF, resolutividade, realização profissional, organização do trabalho, crescimento profissional, entre outros. Foi surpreendente perceber que o primeiro e o mais frequente fator de motivação no grupo das enfermeiras e médica foi a remuneração e no grupo dos agente comunitários de saúde foi a satisfação e reconhecimento do usuário. Analisar minunciosamente esses fatores é importante para apontar problemas na qualidade dos serviços de saúde, entendendo que o domínio desta dinâmica pode favorecer a criação de uma política de Recursos Humanos no SUS eficaz e planejada a fim de fortalecer e qualificar o sistema de saúde, evitando a alta rotatividade de profissionais, baixa resolutividade dos problemas dos usuários e consequentemente insatisfação dos atores deste processo.