Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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O PAPEL SOCIAL DA ESCOLA NA CONSTRUÇÃO DE HÁBITOS SAUDÁVEIS POR MEIO DE UM PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE BUCAL
Marilene Buffon, Giovana Daniela Pecharki

Resumo


A escola ocupa um lugar central na concepção de saúde. Nela aprendemos a configurar as ‘peças’ do conhecimento e do comportamento que irão permitir estabelecer relações de qualidade. Adquirimos, ou não, ‘equipamentos’ para compreender e contribuir para estilos de vida mais saudáveis, serviços de saúde mais sensíveis às necessidades dos cidadãos e melhor utilizados por estes. De acordo com OMS (2000), um programa de saúde escolar efetivo é o investimento de custo-benefício mais eficaz que um País pode fazer para melhorar, simultaneamente, a educação e a saúde. O Programa Saúde na Escola (PSE), instituído pelo decreto presidencial nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007, como proposição de uma política intersetorial entre os Ministérios da Saúde e da Educação na perspectiva da atenção integral (prevenção, promoção e atenção) à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino básico público (educação infantil, ensino fundamental e médio), educação profissional e tecnológica e na educação de jovens e adultos (EJA), no âmbito das escolas e/ou das unidades básicas de saúde, realizadas pelas Equipes de Saúde da Família. Considerando que cada lugar tem suas características e sua cultura, as práticas em saúde na escola para garantir construções compartilhadas de saberes apoiadas nas histórias individuais e coletivas, devem considerar os diferentes contextos em que são realizadas, respeitando o saber popular e o formal, na construção de propostas que façam sentido para os sujeitos que ali vivem. Para isto, é fundamental a participação ativa dos diversos integrantes da comunidade escolar, dos profissionais de saúde e, principalmente, dos adolescentes e jovens na construção do Projeto do PSE, uma vez que as ações inovadoras de saúde na educação deverão progressivamente, serem incorporadas no Plano Político Pedagógico da escola. Na atualidade, considera-se que a prática do educador apresenta maior probabilidade de alcançar resultados positivos quando concebe a educação como socialização de conhecimentos e práticas. Em geral, as pessoas só procuram o serviço de saúde quando percebem algum problema com sua saúde. Deste modo, a maior parte do tempo dos profissionais de saúde, são gastos em procedimentos clínico-cirúrgicos que visam a recuperação da saúde e que variam segundo as necessidades individuais. Sabemos que estes são necessários, porém insuficientes para se enfrentar os problemas de saúde da população. As ações educativas, ao contrário, são ações de promoção da saúde que visam dentre outros aspectos a melhoria das condições gerais de vida e trabalho. São ações dirigidas à grupos de pessoas e definidas a partir de necessidades coletivas. Cabe ao educador em saúde bucal ou à equipe, organizá-las junto com a população de espaços sociais (escolas, creches etc) da área de abrangência da unidade de saúde ou com grupos de pacientes da própria unidade. Essas ações poderão variar dependendo da experiência coletiva do grupo com o qual se vai interagir. É a partir das experiências e valores sentidos no grupo e da identificação dos problemas de saúde mais relevantes que o educador em saúde bucal poderá propor ações educativas estabelecendo associações e nexos com os problemas de saúde bucal.