Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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O PET-SAÚDE DA FAMÍLIA COMO ESTRATÉGIA DE REORIENTAÇÃO DA FORMAÇÃO EM SAÚDE: um relato de experiência
Jéssica Nogueira Santos, Luciane Souza da Silva, Laise de Souza Falheiros Leme, Fernanda Cajuhy dos Santos

Resumo


A formação em saúde tem privilegiado os aspectos biológicos e técnicos, desconsiderando, muitas vezes, as questões subjetivas inerentes do ser humano. A mudança na concepção de saúde trouxe à tona as limitações no processo de formação em saúde, além disso, há uma enorme defasagem entre o ensino e a realidade observada nos serviços de saúde. Nesse sentido, Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde da Família se constitui como um importante instrumento que fomenta a reorientação da formação em saúde, pois proporciona maior aproximação com os serviços de saúde e com a comunidade, além de discussões acerca dos problemas de saúde da população, a partir da inserção de estudantes da área da saúde na Estratégia de Saúde da Família. Desta maneira, o PET-Saúde da Família possibilita maior interação e espírito de cooperação dos estudantes das graduações da área de saúde, fortalecendo, assim, a prática multiprofissional e interdisciplinar, a partir da adoção da violência como temática central das suas discussões e ações. O presente estudo trata-se de um relato de experiência referente à vivência de estudantes de enfermagem da Universidade Federal da Bahia em comunidades e Unidades de Saúde da Família do Distrito Sanitário do Subúrbio Ferroviário de Salvador, Bahia, local onde a maioria da população residente encontra-se em situação de vulnerabilidade social. Ao experimentar o cotidiano nos serviços de saúde, pudemos discutir e construir uma análise crítica e reflexiva acerca do SUS, conhecendo a rede de apoio às vítimas de violência, além de discutir possíveis estratégias de combate a ela. Dentre as estratégias discutidas neste processo, destaca-se a sensibilização dos profissionais acerca da importância da notificação dos casos de violência, a fim de tornar visível a magnitude do problema e possibilitar intervenções no âmbito municipal, estadual e nacional. Portanto, apesar do PET-Saúde da Família se configurar como um importante dispositivo para a reorientação da formação dos trabalhadores em saúde, muito ainda precisa ser feito para que a formação desses profissionais seja coerente com as necessidades do SUS. Ao considerar os resultados alcançados, julga-se essa experiência bem sucedida e, portanto, faz-se necessário a ampliação de espaços de aprendizagem que proponham uma metodologia diferenciada, que estimule a problematização dos fatos, estimulando nós, estudantes refletir sobre a condição de saúde da população, em consonância com a realidade do SUS.