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Resumo: Os avanços do Sistema Único de Saúde (SUS) são inegáveis, sobretudo, na adoção da promoção da saúde como diretriz orientadora da transformação das práticas da atenção básica. Todavia, a formação profissional em saúde voltada para o SUS persiste pautada nos moldes biologicista e unicausal. Este estudo é resultado de um debate realizado no primeiro semestre de 2011, sobre a formação em saúde na perspectiva do SUS, promovido entre estudantes e docentes do curso de Doutorado do Programa de pós Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina durante a disciplina de Formação e Desenvolvimento Docente na Saúde e na Enfermagem. Algumas questões provocaram esta discussão: Quais mudanças podem ser identificadas na formação profissional após 20 anos de implantação do SUS? Qual o papel da enfermagem na consolidação deste sistema de saúde? Como a formação profissional dos enfermeiros pode contribuir para tanto? Para participar do debate, foi convidada a Diretora do Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho do Ministério da Saúde. O debate suscitou num momento de intensa reflexão coletiva. Dentre os pontos relatados, considera-se que a formação foi impulsionada nos últimos anos principalmente por políticas indutoras para formação, entre elas, o PET e Pró-Saúde, no entanto, são ações destinadas a algumas instituições de ensino superior e a poucos alunos em momentos/disciplinas delimitadas. As Diretrizes Curriculares Nacionais foram lembradas como momento marcante na mudança de concepção pedagógica, curricular e para o SUS, pois permite a formação voltar-se as realidades regionais, o que proporciona aos estudantes aproximarem-se da esfera municipal de saúde e por conseqüência a compreensão da divisão organizativa como todo deste sistema de saúde. Neste contexto, a enfermagem se destaca, não somente pelo contingente de trabalhadores que hoje atuam no SUS, mas também pela reorganização curricular e inserção no campo de prática logo nas primeiras fases, permitindo que o aluno (re) conheça as necessidades de saúde da população e realize seus estudos com ele. É tempo de valorizar os avanços observados na formação dos profissionais, porém é preciso reconhecer que ainda há um longo caminho a ser percorrido para que a formação e os profissionais interpretem as necessidades concretas de saúde da população e assegurem o protagonismo dos usuários nos diversos contextos.