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Introdução e Objetivos“À medida que nos aproximamos das relações dos usuários com os serviços de saúde e os seus trabalhadores, vamo-nos surpreendendo com a descoberta de que, sempre que houver um processo relacional de um usuário com um trabalhador, haverá uma dimensão individual do trabalho em saúde, que comporta um conjunto de ações clínicas” (FRANCO, 1999). Ratificando a afirmativa do autor acima e comprometido com a proximidade dos futuros profissionais o mais precocemente dos serviços de saúde para o estabelecimento de novas relações da fonoaudiologia junto aos usuários dos modelos de atenção à saúde do SUS, o Curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), firmou parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro (SMSDCRJ), para desenvolver o projeto “O ENLAÇAMENTO DA FONOAUDIOLOGIA COM A CLÍNICA NO COLETIVO”.O objetivo desse trabalho foi sensibilizar e verificar a efetividade da capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), quanto à prevenção dos aspectos da saúde da comunicação.MétodoO presente estudo está inserido no projeto da disciplina de Práticas Fonoaudiológicas V em conjunto com o CMS Tia Alice da SMSDCRJ, situada na Mangueira, Rio de Janeiro.Participaram do presente trabalho 18 ACS com idade entre 20 e 52 anos, com formação acadêmica: 12 com ensino fundamental e 06 médio; 04 já atuavam como ACS no período entre 1-12 meses. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.A equipe de trabalho (docentes e alunos) elaborou 08 oficinas com duração de 90 minutos cada, entre abril e junho de 2011, envolvendo os temas: - A Comunicação e o modo de viver a vida;- Saúde Fonoaudiológica;- ACS: agentes permanentes e multiplicadores da saúde da comunicação humana.Na organização das oficinas foram utilizadas: dinâmicas de grupo, materiais áudio-visual, aulas expositivas e uma avaliação na forma de debate sobre os temas apresentados.ResultadosO projeto contou com 100% da adesão e participação dos ACS. Ficou claro que em relação ao conhecimento da Fonoaudiologia e suas atuações, os ACS não tinham um saber relacionado às atribuições fonoaudiológicas.Nos relatos feitos, percebemos o quanto foi gratificante para o grupo o projeto no empoderamento dos ACS.Discussão e ConclusãoNa implantação das Clínicas da Família pela SMSDC- RJ, como passo principal dos princípios básicos do SUS – universalização, descentralização, integralidade, equidade e participação social, as ações clínicas necessitam resignificar o encontro dos usuários com os profissionais da saúde, na busca de fins implicados com a manutenção e/ou recuperação de certo modo de viver a vida e, nessa reordenação de práticas, a Fonoaudiologia precisa se aproximar dos ACS por esses serem os mediadores entre as necessidades de saúde das pessoas e o que pode ser feito para a melhoria das condições de vida. Os resultados positivos comprovaram a contribuição da Fonoaudiologia na organização de uma linha de cuidado contínua junto aos profissionais do CMS Tia Alice, capacitando-os a desenvolver ações com a qualidade garantindo os direitos de cidadania e à produção de autonomia de sujeitos e coletividades.