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O câncer, nos últimos anos, tem sido considerado um dos principais problemas de saúde pública que acomete a população brasileira. Sua repercussão na população abrange medidas preventivas e o cuidar de pessoas acometidas por uma das formas da doença. Compreendendo os profissionais de saúde como um conjunto de trabalhadores com habilidades, conhecimentos e papéis no cuidado à saúde, cabe às secretarias municipais a tarefa de instrumentalização destes profissionais, não somente técnica, como também política, ética e humanista. Este trabalho tem como objetivo relatar uma experiência de construção de um modelo de oficina de formação em nutrição e prevenção do câncer. Por meio de metodologia participativa, pautada na problematização e caracterizada pela utilização de estratégias pedagógicas que valorizam os saberes dos participantes, suas necessidades, desejos, crenças e valores com base no diálogo e na troca de experiências, o INCA, em parceria com o Instituto de Nutrição Annes Dias/SMSDC-RJ, desenvolveu uma proposta de formação dos profissionais que atuam na atenção básica, em especial a Estratégia de Saúde da Família. Assim, em 2010-2011, desenvolveu-se um modelo de oficina com duração de três dias abordando os seguintes temas: câncer e suas interfaces, epidemiologia do câncer e práticas alimentares, fatores de risco e proteção, recomendações para prevenção de câncer, ações a serem desenvolvidas na comunidade. Como primeira etapa foi utilizada a dinâmica de construção de murais usando palavras evocadas por todos os participantes sobre câncer - causas, prevenção e a relação câncer-alimentação. A metodologia de trabalho permitiu a construção de conhecimentos a partir da troca de vivências em grupos, em aulas expositivas conjugadas, com dinâmicas oportunizando a criação e experimentação de ferramentas educativas. O foco na prevenção do câncer possibilitou que se discutisse o tema de uma forma mais postiva. A representação do câncer pelos diferentes atores envolvidos e suas interfaces com as diversas dimensões da vida são a base para a construção práticas educativas que dialoguem com a realidade. O modelo de oficina mostrou-se uma importante ferramenta para difundir a relação entre alimentação e prevenção do câncer, trazendo para o cotidiano a possibilidade de uma alimentação saudável e prazerosa, que respeite o modo de vida das populações e sua cultura. O modelo desenhado configura-se em uma metodologia factível de ser aplicado em outras realidades.