Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Oficina Corpo
Gisele Vicente da Silva

Resumo


‎"O sujeito não existe. O sujeito é um efeito da linguagem. O sujeito é um efeito do discurso. O sujeito é um efeito do texto. O sujeito é um efeito da gramática. O sujeito é o efeito de uma ilusão. O sujeito é o efeito de uma interpelação. O sujeito é o efeito da enunciação. O sujeito é o efeito dos processos de subjetivação. O sujeito é o efeito de um endereçamento. O sujeito é o efeito de um posicionamento. O sujeito é efeito da história. O sujeito é efeito do différance. O sujeito é uma derivada. O sujeito é uma ficção. O sujeito é um efeito." Sandra Corazza e Tomaz Tadeu no texto Manifesto por um pensamento da diferença em educação, do livro Composições. Ed. Autêntica, 2003. Este texto tem disponível em pdf na internet! Neste momento tentamos focar não o significado, mas à produção. Em vez de perguntar “o que é isto?”, perguntar “o que posso fazer com isto?”. Em vez de perguntar “é verdade?”, perguntar “como funciona?”. Não interpretamos, experimentamos. Interrompermos: o uno, a identidade, a totalidade de um sujeito. É preciso ser dois para ser louco, somos sempre loucos em dupla. Nossa produção não tem definida objetivo específico nem metodologia. Nossa produção é processo que se dá em encontros com algumas linhas convergentes. Assim, a Oficina Corpo pode fazer pensar que são as palavras que nos fazem viventes! Nossos corpos são constituídos de palavras, de discursos, de prescrições, de fazeres e quereres, pedagogias, metodologias. Somos viventes de palavras e nestes falatórios, a oficina ousa a invenção: porque estas palavras e não outras? Toda continuidade é apenas o efeito de uma interpretação após o fato. O que temos, em vez disso, são falhas, quebras, hesitações, movimentos inesperados, arranques e paradas abruptas. Nossas palavras dizem, proliferam, gestam, rotulam, fazem caber, mas não conseguem um sujeito inteiriço, pleno, não contraditório. Sujeitos soberanos não há, celebramos o prazer e o perigo da confusão de fronteiras. A incerteza pode ter grande potencial para criação de algo novo no fazer dessas pessoas, viventes presentes em uma oficina chamada corpo que, ao apropriarem-se de suas palavras, oposto, serão capazer de muito mais. Um novo habitus é possível, pensar outros quereres e fazeres terapêuticos, neste mental que é tão corpo como uma espinha dorsal.