Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Oficina de Imunologia para o Cidadão: saber democrático
Letícia Nunes, Vitor Pordeus, Eduardo Rocha, Ana Maria Oliveira, Miguel Bastos, Thamara Santos

Resumo


A ciência normal concentra o conhecimento nas Universidades. As novidades são difundidas nos meios científicos tradicionais. A população raramente está incluída no processo de descoberta de novos paradigmas. Com o intuito de democratizar os saberes, o Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro oferece há três anos uma oficina gratuita sobre saúde pública. O objetivo do presente trabalho é descrever a Oficina de Imunologia para o Cidadão 2011: Arte e Ciência da Saúde Humana. Trata-se de um estudo descritivo. A coleta de dados foi realizada no site do Núcleo "nccsrio.blogspot.com" e pela presença e participação durante a oficina. O curso aconteceu no Centro de Artes Calouste Gulbenkian entre 4 de outubro e 22 de novembro, com 2 horas semanais. O coordenador do Núcleo problematizava o tema proposto e realizava uma explicação, a qual era acrescida por comentários espontâneos dos interessados, vivenciando a negação à educação bancária. No primeiro encontro, o tema foi o modelo vigente da medicina, baseada no cartesianismo, na separação entre corpo e mente, entre médico e paciente. Uma vez denunciada a falência desse modelo, iniciou-se a exposição das bases teóricas. O segundo tema abordado foi a Biologia do Conhecer e da Linguagem de Humberto Maturana, o qual defende a autopoiese, que o indivíduo é estruturalmente determinado e condicionado pelo meio. O terceiro encontro contou com a participação do imunologista Nelson Vaz, esclarecendo que "nos parecemos mais com rios e redemoinhos que com estátuas". Tornou-se clara a busca por explicações e não por princípios explicativos. Já num quarto momento, introduziu-se a filosofia spinozana, difundindo a "salvação pelo conhecimento", a necessidade do amor ao imutável e a felicidade efêmera gerada por riqueza, prazer e honra. Nise da Silveira foi a cientista revolucionária estudada no quinto encontro, tal médica usava o afeto catalisador para a cura. Paulo Freire, autor de "Ação Cultural para a Liberdade" e "Pedagogia da Autonomia", foi o tema do sexto. No penúltimo, houve um encontro entre Amir Haddad e Heloísa Helena Costa na Lapa, realizando uma audiência pública sobre as relações horizontais no teatro de rua e educação patrimonial. Ao final, os participantes foram convidados a unirem teoria e prática durante a Celebração da Saúde e da Cidadania na Cinelândia. Sendo assim, demonstra-se que ciência e arte podem atuar juntas para a promoção de saúde integral.