Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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OFICINA DE PREVENÇÃO DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Daisy Cristina Rodrigues

Resumo


INTRODUÇÃO: A adolescência é a fase de transição entre a infância e a idade adulta, a qual é caracterizada por transformações físicas e psicossociais. A adolescência corresponde ao período da vida entre os 10 e 19 anos, no qual ocorrem profundas mudanças nessa fase, o individuo se depara com mudanças na imagem corporal, de valores e de estilo de vida, ou seja, é o momento de criação de sua própria identidade (HERCOWITZ; 2002). Modificações no padrão de comportamento dos adolescentes, no exercício de sua sexualidade, exigem atenção cuidadosa por parte dos profissionais, devido a suas repercussões, entre elas a gravidez precoce. Essas adolescentes têm sido consideradas cientificamente como um grupo de risco para a ocorrência de problemas de saúde em si mesmas e em seus conceptos, uma vez que a gravidez precoce pode prejudicar seu físico ainda imaturo e seu crescimento normal. Esse grupo também está sujeito à eclâmpsia, anemia, trabalho de parto prematuro, complicações obstétricas e recém-nascidos de baixo peso (COATES; SANT'ANNA, 2001). Além dos fatores biológicos, a literatura correlata recente acrescenta que a gravidez adolescente também apresenta repercussões no âmbito psicológico, sociocultural e econômico, que afetam a jovem, a família e a sociedade. Nos últimos anos, muita ênfase vem sendo dada à importância de certas peculiaridades dos programas preventivos, como por exemplo a inserção dentro do espaço físico da escola e circunvizinhanças, para facilitar o acesso dos adolescentes à informação. As seqüelas sociais e psicológicas ocasionadas pela gestação na adolescência estão diretamente ligadas à falta de preparo para lidar com a sexualidade e constituem um sério problema para os profissionais de saúde, educação e, por que não dizer, de toda a sociedade. Neste sentido o comportamento sexual do adolescente que sofre influência de fatores econômicos, socioculturais, religiosos e psicológicos, deve ser um foco de interesse e investigação cada vez maior por parte de todos aqueles que se dedicam a trabalhar com esta faixa etária, independentemente da área de atuação. E gravidez neste grupo populacional vem sendo considerada, em alguns países, problema de saúde pública, uma vez que pode acarretar complicações obstétricas, com repercussões para a mãe e o recém-nascido, bem como problemas psico-sociais e econômicos. De acordo com Arcanjo, Oliveira e Bezerra (2007) a gravidez na adolescência é um problema de saúde pública tanto no Brasil como em muitos outros países do mundo. é preciso entender tal problema de acordo com a sua complexidade e com a multicasualidade dos fatores associados, percebendo que estes podem tornar os adolescentes especialmente vulneráveis a determinas situação. A maternidade no início da vida reprodutiva antecipa a maturidade biológica e precipita momentos socialmente institucionalizados para a reprodução, com claras implicações para a constituição de família e a organização social dominante. A gravidez na adolescência, segundo Guimarães (1994) os, pode ter maior risco de apresentar complicações como por exemplo, anemia, hipertensão arterial induzida pela gravidez, infecções genitais, problemas psicológicos, dificuldades socioeconômicas. Segundo Oliveira, Bezerra e Arcanjo (2007) é necessário orientar as adolescentes sobre o significado da gravidez e que esta deve ter um momento para planejá-la. Diante da necessidade de intervenção para redução da gravidez na adolescência, cabe aos profissionais adotar ações educativas na tentativa mudar esta realidade. De modo especial, os profissionais de Enfermagem devem agir como educadores, com possibilidades e oportunidades de levar informações a grupos de pais e mães adolescentes, e também trabalhar com os indivíduos que estão entrando na fase da adolescência com o propósito de evitar tal problema. Também é pertinente a inclusão de estratégias que tenham como objetivos a redução do número de gravidezes precoces entre adolescentes. OBJETIVO: Objetivou-se da identificar o conhecimento dos adolescente sobre gravidez na adolescência e contribuir com o conhecimento dos adolescentes a respeito da temática. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência vivenciado pelos acadêmicos de Enfermagem participantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), em um Colégio Estadual de Cascavel com os alunos da 7º série. Onde o tema abordado foi gravidez na adolescência. A atividade proposta foi trabalhada em dois momentos, no primeiro ocorreu à explanação da temática tendo como principal foco as perdas de uma gravidez precoce e as formas de prevenção, estimulando sempre a participação do grupo, permitindo a partilha de experiências. Após foi realizado o segundo momento com o desenvolvimento de dinâmicas e posteriormente realização de um jornal mural. RESULTADOS: As atividades foram realizadas em um Colégio Estadual de Cascavel, com alunos do ensino fundamental. As oficinas foram realizadas no contra turno das aulas, no mês de Outubro e Novembro para as turmas de 7º série. As atividades que antecederam as oficinas foram atividades preparatórias, contato com a realidade educacional, para uma análise e observação do seu funcionamento, bem como de sua infra-estrutura; posteriormente, discussão com a professora regente a cerca das experiências, proporcionando a troca de conhecimentos em sala de aula, a socialização e, construção do projeto, com posterior desenvolvimento do mesmo. Notamos que os grupos demonstraram interesse e participaram relatando e compartilhando experiências, as quais foram mais fáceis de repassar o assunto. Porém tivemos turmas muito diferentes o que trouxe nos a problemática de como é ministrar a oficina, da forma mais apropriada a cada grupo. Mas isto foi importante para nosso desenvolvimento como futuros profissionais da saúde e da educação. Também nos foi relatado pelo professor regente que alguns grupos que participaram da oficina repassaram as informações e os conhecimentos adquiridos aos outros alunos. CONCLUSÃO: Acredita-se que essa atividade educativa tenha possibilitado esclarecimento quanto aos riscos e as conseqüências de uma gravidez na adolescência, mostrando as perdas que esta pode causar. Acreditamos que atividades educativas semelhantes a essa aqui apresentada são importantes para a formação dos estudantes. Assim consideramos que esta oportunidade veio acrescentar no nosso currículo enquanto acadêmicos, por ser um momento de contato com a realidade. E também um momento que acreditamos ter contribuído com a comunidade por meio da oficina.REFERÊNCIAS ARCANJO C. M; OLIVEIRA, M. I. V. BEZERRA, M. G. A. Gravidez em adolescentes de uma unidade municipal de saúde em Fortaleza-Ceará. Esc Anna Nery Rev Enferm 2007 set; 11(3): 445-51. COATES, V; SANT'ANNA, M.J.C. Gravidez na Adolescência. Françoso LA, Gejer D, Reato LFN. Sexualidade e Saúde Reprodutiva na Adolescência. São Paulo, Editora Atheneu, pp. 71-84, 2001. HERCOWITZ, A. Gravidez na adolescência. 8ªed., v.38. Rio de Janeiro: Pediatria Moderna, 2002. P.392-395. LEAL, M.M; SAITO, M.I. Síndrome da Adolescência Normal. In: Saito MI, Silva LEV. Adolescência - Prevenção e Riscos. São Paulo, Editora Atheneu, pp. 105-113, 2001 GUIMARÃES, M. H. P. Gravidez na adolescência, seus determinantes e conseqüências: um estudo realizado em maternidades de Salvador - Bahia. Dissertação de Mestrado em Saúde Preventiva da Faculdade de Medicina da, 1994. RODRIGUES, Daisy Cristina (UNIOESTE); SCHERER Jonatan(UNIOESTE); BORGES, Guilherme (UNIOESTE); CAMBOIN, Franciele Foschiera (UNIOESTE) “Beneficiário de auxilio financeiro da CAPES- Brasil"