Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Oficinas educativas para o autocuidado: relato de experiência com grupos de hipertensos e diabéticos na Saúde da Família
Camila Santana Domingos, Alessandra Montezano de Paula-Carvalho, Priscila Camara de Moura, Nayara Vilela Rodrigues, Mara Rubia Maciel Cardoso do Prado

Resumo


Caracterização do problema: No Brasil, devido à transição demográfica ocorrida nos últimos anos, as doenças crônicas têm sido responsáveis por um grande número de óbitos. Dentre elas, a hipertensão arterial e o diabetes são as mais comuns, cujo tratamento e controle exigem alterações de comportamento em relação à dieta, ingestão de medicamentos e o estilo de vida. A atenção primária, porta de entrada da comunidade à rede de atenção à saúde, desenvolve atividades de prevenção e promoção da saúde, que incentivam o indivíduo a aperfeiçoar o seu autocuidado. A educação em saúde, ferramenta do processo de trabalho da Estratégia de Saúde da Família, visa capacitar os indivíduos a agir conscientemente para a transformação da sua realidade cotidiana. Diante disso, este trabalho consiste em um relato de experiência das oficinas educativas para hipertensos e diabéticos, desenvolvidas numa equipe da ESF do município de Viçosa – MG, por meio de um projeto de extensão. Descrição da experiência: Discentes do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa, após o diagnóstico de saúde, identificaram um elevado número de hipertensos e diabéticos, bem como a ausência de atividades de prevenção e promoção da saúde para estes grupos. Dessa forma, planejou-se a realização de oito oficinas educativas, intercaladas para hipertensos e diabéticos, semanalmente. A metodologia utilizada nas oficinas foi embasada na concepção dialógica freireana, que propiciou o entendimento das dificuldades que as pessoas têm de conduzir sua própria vida e as formas de enfrentar a doença, por meio da escuta e do diálogo. Efeitos alcançados: Observou-se que a troca de experiência, o estabelecimento do vínculo afetivo e as dinâmicas adotadas possibilitaram uma maior adesão dos participantes às oficinas, além de mudanças de hábitos e a construção coletiva do conhecimento ao longo dos encontros. Além disso, as oficinas tiveram um significado de possibilidade de convívio social entre o grupo e função reabilitadora no que tange ao resgate do protagonismo do autocuidado. Recomendações: Acredita-se que este relato de experiência poderá favorecer uma reflexão sobre o tema na prática, despertando um novo olhar sobre a valorização das ações educativas não somente no campo profissional, mas também na formação acadêmica.