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O Papiloma Vírus Humano (HPV) é uma doença infecciosa transmitida predominantemente por via sexual e que acomete cerca de 15% da população feminina, e é considerado como principal fator de risco para o câncer do colo do útero. Atuando em uma Unidade Básica de Saúde na gestão do Programa de Atenção à Saúde da Mulher, sentimos a necessidade do monitoramento das mulheres com atipias, pois a maioria não realizava o acompanhamento de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde.As ações de monitoramento da mulher com resultado alterado constitui um foco importante já que apenas dispensar o resultado, agendar e encaminhar para confirmação do diagnóstico não garante a adesão e permanência da mulher no tratamento.O objetivo do estudo é realizar o monitoramento do tratamento das mulheres com HPV e Lesão Intraepitelial e propor estratégias para minimizar o abandono do tratamento da mulher com Neoplasia Intraepitelial Cervical.Método: Pesquisa qualitativa, exploratório-descritiva onde a exploração da situação produz resultados que podem orientar e melhorar as práticas em saúde. O cenário foi uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com 43 mulheres que realizaram exame Papanicolau e apresentaram atipias e lesões precursoras nos últimos dois anos.Resultados: Observamos que todas as mulheres são agendadas conforme o protocolo, a cada seis meses, porém, a maioria não retorna à Unidade. Após busca ativa constatamos que 100% das mulheres retornaram ao tratamento repetindo a colpocitologia detectando-se que 8 delas evoluíram para Neoplasia Intraepitelial de Alto Grau associado ao HPV, sendo que 3 mulheres não compareceram a Unidade de Referência para Lesão de Alto Grau. O abandono está associado à idéia de cura e negação da doença pelo impacto psíquico que ela acarreta. No processo de monitoramento optamos pelo acolhimento em grupo e posteriormente individual, sendo abordados temas como prevenção do câncer do colo do útero, DST e o uso de preservativos em todas as relações sexuais, mesmo com parceiro único.Conclusão: O monitoramento realizado pelos enfermeiros mostrou-se um instrumento importante no controle e prevenção do câncer do colo do útero, apontando que sua atuação não deve limitar-se apenas no rastreamento, mas também no acolhimento e monitoramento do tratamento, garantindo melhor qualidade de vida.