Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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O parto normal assistido pelas enfermeiras obstétricas na Casa de Parto do Rio de Janeiro
Mariana Santana Schroeter

Resumo


O objetivo do estudo foi caracterizar a assistência prestada pelas enfermeiras obstétricas às mulheres que foram atendidas no pré-natal e parto na Casa de Parto e analisar os resultados maternos e neonatais desses atendimentos. Pesquisa exploratório-descritiva, documental, com abordagem quantitativa, que analisou os dados dos prontuários no período de janeiro a dezembro de 2009. Neste ano foi assistido um total de 269 partos na instituição, que resultaram no mesmo quantitativo de nascidos vivos. Não houve caso de morte materna e neonatal e foi analisado o total 236 (100%) prontuários. A maioria das parturientes era mulheres jovens e nulíparas, que realizaram mais de sete consultas pré-natais. Não houve a ocorrência de trauma perineal grave, óbito materno e neonatal. As condutas predominantes no trabalho de parto foram dieta oral (n=236; 100%); presença do acompanhante (n=203; 86,0%) e amnioscopia (n=167; 70,8%). No trabalho de parto foram instituídos cuidados de enfermagem obstétrica como: exercícios respiratórios, deambulação, banho morno, massagem, bamboleio; proteção perineal; uso de aroma; bola bobath; banquinho meia-lua; agachamento e técnica do rebozo. Em boa parte das mulheres não foi realizada a amniotomia (n=202; 85,6%) e ocitocina (n= 116; 49,1%) no primeiro período clínico do parto. Na assistência ao parto, houve baixa frequência de episiotomia (n=6; 2,5%) e os nascidos vivos apresentaram boas condições de vitalidade. Apenas um (0,4%) neonato obtive o índice de Apgar abaixo de 7 no quinto minuto. As transferências maternas (n=9; 3,8%) e neonatais (n=19; 8,1%) para o hospital foram raras. A principal causa de transferência da mãe foi o acompanhamento do filho transferido para o hospital (n=4; 44,5%) e entre os neonatos as transferências foram motivadas pelo desconforto respiratório (n=5; 31,2%) e baixo peso ao nascer (n=3; 18,8%). As enfermeiras utilizam cuidados variados que promovem o relaxamento e o conforto no processo da parturição. As condições de vitalidade dos neonatos são semelhantes aos observados em Centros de Parto Normais nacionais e internacionais. O estudo revelou que as enfermeiras estabelecem práticas de cuidado humanizado e seus resultados preliminares sugerem que as Casas de Parto podem dar significativas contribuições às ações de qualificação e humanização da assistência obstétrica no Sistema de Saúde brasileiro.