Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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O SER CRIANÇA A PARTIR DA ÓTICA DAS GRÁVIDAS NO PRÉ NATAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Mariana Souza de Lima

Resumo


A concepção do ser criança é construída de forma cultural, sócio e historicamente, por isso o objetivo dessa proposta foi compreender, a partir do desenvolvimento de ações educativas no Programa do Pré-Natal, as lembranças da infância expressas pelas gestantes atendidas em uma Unidade Básica. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, baseado em relato de experiência, desenvolvido em agosto de 2011, com gestantes, maiores de 16 anos. Todo processo educativo foi desenvolvido em uma Unidade Básica de Saúde de Belém, com 15 gestantes que receberam palestras, antes da Consulta de Enfermagem no pré-natal. No final, era pedido para que as mães desenhassem no papel sem pauta seus avós maternos, avós paternos, seus pais e si mesma. Durante as palestras eram enfatizados: o desenvolvimento e crescimento saudável da criança, suas potencialidades, sua individualidade e o estimulo à aprendizagem. A ação demonstrou que as gestantes se sentem mais alegres ao abordar este tema, pois isso as remete as suas infâncias e cria expectativa de proporcionar ao bebê um crescimento e desenvolvimento adequado, pautado nos Direitos da Criança e na visão de que este novo ser que está para nascer é uma pessoa, um ser único, competente, que possui potencialidades e necessita construir sua identidade através das relações que irá estabelecer com as pessoas a sua volta, principalmente a mãe. Apesar disso, observou-se a falta de consciência de que a criança é um ser dependente e vulnerável em todos os aspectos e que suas experiências na infância determinam sua riqueza mental inerente ao ser humano maduro. Ao final, quando pedido os desenhos referentes as suas famílias, as gestantes se divertiam sozinhas lembrando de cada detalhe da sua infância. Observou-se que, na maioria dos desenhos, as mulheres da família eram retratadas como pessoas carinhosas, humildes e bondosas, apesar de seus defeitos. Já a figura masculina era descrita com adjetivos ruins, sobressaindo apenas estes. Nesta experiência notamos que é importante para a Enfermagem o atendimento holístico e humanizado não apenas na criança, mas a sua família que é o núcleo de suporte na fase infantil. A atuação do Enfermeiro na prática educativa nos diferentes âmbitos que tange a criança é essencial para incentivar o processo de crescimento e desenvolvimento infantil, e preparar estas mulheres para acompanhar e estimular seus filhos para um crescimento mais saudável no aspecto físico, intelectual, emocional e espiritual.