Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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O trabalho multiprofissional: uma estratégia para o enfrentamento da hipertesão e diabetes.
Luana Vieira Toledo, Elisa Shizuê Kitamura, Alessandra Ribeiro Souza

Resumo


No contexto atual, pode-se observar uma transição no perfil epidemiológico das comorbidades que mais acometem a população, reduzindo a prevalência das doenças infectocontagiosas e aumentando das doenças crônico-degenerativas. Na equipe da Estratégia Saúde da Família II pertencente ao bairro Bandeirantes, localizado no município de Leopoldina/MG, tal transição é evidenciada. Assistimos uma população de aproximadamente 4.000 habitantes sendo que, dentre estes, temos 18,57% da população portadora de hipertensão e diabetes. Com base nos dados epidemiológicos, a equipe da ESF II em reunião de planejamento anual, propôs uma estratégia de enfrentamento para a situação, baseada nos atendimentos coletivos voltados para a educação em saúde, valorizando a questão do autocuidado, acompanhamento, aquisição de hábitos saudáveis e prevenção de fatores de risco. A estratégia consiste na realização semanal de grupos multiprofissionais desenvolvidos pelos profissionais da equipe: médica, odontóloga, enfermeira, técnica de enfermagem e agente comunitária de saúde, iníciados em fevereiro de 2011, contando com a participação de uma média de 12 usuários em cada um deles. Nos encontros eram realizados os atendimentos coletivos e individuais. A metodologia utilizada baseou-se na problematização e construção de respostas em conjunto e conformidade com o contexto no qual os usuários se inserem. Observa-se que grupos menores, são mais efetivos, ao passo que dispensam uma maior atenção para as particularidades, ao mesmo tempo que permitem a exposição de problemas vivenciados de maneira menos inibida, encontrando por vezes, semelhanças entre os sujeitos. Embora os ganhos tenham sido relevantes, alguns entraves foram encontrados. Em relação aos usuários, nota-se uma adesão quase total em um primeiro contato, entretanto a continuidade nos demais grupos era reduzida, provalvemente associada à visão ainda centrada no modelo medico-curativista. Relacionado aos profissionais, pode-se observar que para o planejamento de grupos semanais, há uma necessidade de maior disponibilidade de tempo daqueles, o que muitas vezes não é possível devido a sobrecarga das demandas dos serviços de saúde. Recomenda-se que os profissionais valorizem as ações de educação em saúde, abrangendo a temática do processo saúde-doença, incluindo em sua abordagem a reorientação dos serviços de saúde, levando aos usuários a conscientização da importância da mudança do paradigma do modelo biomédico para o modelo preventivista. $TX�<�