Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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OFICINAS DE BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS – A criançada na UBSF
Eduardo Hideto Kawahara Filho, Gislaine da Silva Ferreira Trentini, Neilma Alves da Silva Pereira, Roberta Nascimento Anastácio Alencar

Resumo


CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA A equipe do Núcleo de Apoio a Saúde da Família – NASF, representado pelo psicólogo, fonoaudióloga e terapeuta ocupacional dessa equipe, em seu trabalho corriqueiro com as Unidades Básicas de Saúde da Família em que presta apoio, em uma delas, a partir dos relatos de vários profissionais dessa unidade, principalmente dos Agentes Comunitários de Saúde, nas discussões entre as equipes (NASF e UBSF), pensaram e construíram em conjunto, um projeto, onde o intuito principal é que se realizassem algumas atividades voltadas para as crianças do bairro. Os relatos dos profissionais de saúde denotavam problemáticas gerais, relacionadas à questão da infância, como: indisciplina, baixo rendimento e evasão escolar, agressividade. Dessa forma, elaboramos esse projeto para que a promoção de saúde implique na vida de algumas crianças. Muitas das crianças de nossas cidades moram em lugares de pouco acesso ao contato de brinquedos e brincadeiras. A TV, a violências das ruas, a questão das drogas, a precariedade de espaços públicos, a violência intrafamiliar, são alguns fatores que cotidianamente podem fazer com que as crianças fiquem longe de atividades que estimulem seu desenvolvimento. O brincar para a criança é fundamental para o seu desenvolvimento, bem como para o seu aprendizado. É no brincar que a criança pode ter contato com o lúdico, com a imaginação, experimentar novas possibilidades, entre outros processos. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Inicialmente foram realizadas algumas oficinas de brinquedo e brincadeiras, com os próprios profissionais da unidade. Cada profissional da unidade contribuiu com ideias para as oficinas e trouxeram de suas casas, materiais recicláveis, para a confecção dos brinquedos. Depois foram realizadas pelos profissionais do NASF em conjunto com os da unidade de saúde, entrevistas com as crianças citadas pelos profissionais da unidade, que os mesmos percebiam como tendo alguma queixa relacionada com os fatores citados acima, para que essas crianças participassem das oficinas. O número das crianças fora limitado em no máximo de 40 crianças, divididas em 04 grupos: dois grupos no período matutino, e mais dois no vespertino. Foi feita uma caracterização dos grupos levando em consideração a faixa etária das crianças: 02 grupos, sendo um deles no período matutino e outro no vespertino, foram de crianças de 04 a 07 anos. E os outros dois grupos foram de crianças de 08 a 11 anos. Crianças abaixo e acima das idades de 04 e 11anos, não foram incluídas nessas atividades. Esse critério de idade foi pensado devido melhor adequação das atividades das oficinas por faixa etária. Pois brinquedos e brincadeiras, também podem ser categorizados por faixa etária. As oficinas tiveram duração de 01 hora cada. Ao todo, realizamos 40 oficinas, ou seja, 10 oficinas com cada grupo. Ocorreram também dois encontros com os pais de todos os grupos: o primeiro depois de findado a quinta oficina, e o segundo ao término da última oficina. Esses encontros foram estabelecidos previamente, informados com o local e a data no Termo de Compromisso, que pedíamos para que os pais assinassem, ao início das oficinas. Nesses encontros foi realizada uma roda de conversa, onde o tema foi relacionado à questão do desenvolvimento infantil. O local das oficinas foi escolhido durante uma reunião da equipe da unidade de saúde: o Centro de Geração de Rende que fica a poucas quadras de distância, da unidade de saúde, uma vez que essa unidade de saúde, devido a restrições físicas/estruturais, não tem espaço para a realização das oficinas. EFEITOS ALCANÇADOS: A principal questão relacionada às crianças, a partir das oficinas, foi referente à socialização dessas crianças. Acreditamos ter sido muito proveitoso o momento em que as crianças puderam estar com outras crianças, em brincadeiras, dividindo brinquedos, jogos, e se exercitando corporalmente. Também achamos muito interessante a participação tanto dos pais, como dos profissionais de saúde da unidade, representados principalmente pelos Agentes de Saúde, nas discussões acerca de temas relacionados à infância. Refletindo e pensando melhores maneiras de contribuir para um desenvolvimento mais saudável das crianças, tanto as que participaram dos grupos, como as crianças de um modo geral. Por exemplo, no acolhimento de crianças na UBSF, ou no próprio trato com os filhos dos profissionais de saúde envolvidos no processo da oficina. RECOMENDAÇÕES Apesar de termos elaborado um Termo de Compromisso, no sentido de reforçar a presença tanto das crianças como dos pais, nos momentos da oficina, ainda assim, a quantidade de crianças grupos variou muito. Acreditamos que isso não interferiu no andamento das oficinas, mas achamos que a confecção do Termo de Compromisso, foi preponderante. Pensamos que foi muito interessante, a participação nas discussões de toda a equipe de saúde da UBSF. Nessas discussões, a oficina foi construída por todos, corroborando assim, para o processo de Educação Permanente em Saúde, pois refletimos sobre a criança em seus vários aspectos. Sobre a participação e construção coletiva, acreditamos ter ajudado na questão da coo-responsabilização de todos no projeto. Existiram algumas crianças, que depois de terminado os encontros, a partir de uma avaliação e observação dos profissionais envolvidos, fizeram alguns encaminhamentos, para serviços de saúde disponíveis na rede de Campo Grande, como o Centro de Atenção Psicossocial Infantil – CAPS i, e o Centro de Atendimento ao Escolar – CAE, para uma especializada avaliação e acompanhamento.