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INTRODUÇÃO: Paciente somatizador crônico (poliqueixoso) apresenta queixas difusas sem constatação de doença orgânica configurando sintomas “sem explicação médica". A racionalidade biomédica hegemônica leva à peregrinação por um diagnóstico em várias especialidades clínicas, isto é, o “doctor shopping”. O excesso de exames laboratoriais e o tratamento exclusivamente farmacológico não apresentam resultado. Isso pode contribuir para a cronificação do paciente, gerando custos desnecessários para o sistema de saúde porque não há doença, mas um comportamento adoecido.OBJETIVOS: 1) Ampliar olhar biomédico para uma perspectiva interdisciplinar integral 2) Propor intervenção psicossocial como terapêutica substitutiva/complementar à abordagem medicamentosa 3) Fortalecer o vínculo equipe-paciente 4) Reduzir co-morbidade psiquiátrica (ansiedade e depressão). 5) Evitar: cronificação, “doctor shopping”, custos desnecessários.MÉTODO: Intervenção de grupo terapêutico fechado e homogêneo, 12 sessões semi-estruturadas, quinzenais. Utilizados instrumentos Escala hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) e Avaliação de Qualidade de Vida (WHOQOL) da OMS para avaliar co-morbidades e grau de incapacidade antes e depois da intervenção.RESULTADO: Reatribuição do padrão subjetivo de entendimento sobre o sintoma. Mudança do foco da doença para saúde; melhora de auto-estima, auto-cuidado, comunicação, “empoderamento” e capacidade de lidar com conflitos; diminuição ou desaparecimento das queixas.CONCLUSÃO: Abordagem baseada na Integralidade é um contraponto à abordagem biomédica. Capacitar profissionais da Atenção Primária à Saúde em Saúde Mental pode otimizar resultados e custos de tratamento de pacientes somatizadores. Integrar práticas de saúde mental na Atenção Primária à Saúde cria uma rede de cuidados e aumenta a resolutividade para lidar com o sofrimento psíquico da população.