Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO NA SAÚDE: produção para a prática e a partir da prática
Michel Perreault

Resumo


Sempre parece que as ciências de saúde são ciências de produção de conhecimento para a prática, mas o conhecimento pode e mesmo deve ser produzido a partir da prática mesma. Antes de examinar e tentar de aprofundar algumas abordagens sobre como a prática pode ser um lugar privilegiado de produção do conhecimento, devemos concordar que as ciências humanas e sociais são ciencias inteiras, tais como as outras ciências tais a física, a biologia etc... E existem ciências de saúde, como enfermagem, que usam de abordagens tanto de ciências humanas, sociais e como das “exatas”. Neste sentido, podemos apontar três coisas : 1- a pratica não pode ser totalmente baseada em evidências;2- qualquer pesquisa, de qualquer forma ou abordagem, produz resultados que tem dimensões eticas, cujas consequências potentiais não são em geral consideradas.;3- qualquer pesquisa, de qualquer forma ou abordagem, muda os fatos sociais.As enfermeiras como outros profissionais da saúde utilizam saberes cientificos na prática cotidiana mas elas produzem, desenvolvem e criam tambem saberes necessarios, importantes e pertinentes tanto para a disciplina cientifica quanto para a profissão. A prática então deveria ser considerada como utilitária de saberes mas tambem como produtora de saberes. Como aponta Patricia Benneri, pensar que os conhecimentos das enfermeiras são desenvolvidos somente através pesquisa e academia e são importados depois na prática é uma visão errada, desfasada e fora da modernidade avançada. E vamos usar par melhor entender a « teoria da estruturação » do sociólogo inglês Anthony Giddensii baseada em três postulados: 1-profissionais na prática produzem saberes; 2-esta produção é sempre o resultado da reflexividade individual (o projeto reflexivo do ser) e do dialogo com os outros (reflexividade coletiva) e finalmente 3- esta produção é influenciada pelo contexto prático (micro contexto), institucional (regras e recursos) e profissional (autonomia profissional e o sentimento de segurança ontológica). iner, P. (2000). The wisdom of our practice. American Journal of Nursing, 100, 99-105. Ben ii Giddens, A. (1987). La constitution de la société. Paris : Presses Universitaires de France; Giddens, A. (1991). Modernity and Self-Identity. Self and Society in the late Modern Age. Cambridge: Polity; Giddens, A. (1993a). Une théorie critique de la modernité avancée. Dans M. Audet et H. Bouchikhi (éds.), Structuration du social et modernité avancée, autour des travaux d’Anthony Giddens (pp. 29-53). Sainte-Foy: Presses de l’Université Laval; Giddens, A. (1993b). Identité de soi, transformation de l’intimité et démocratisation de la vie. Dans M. Audet et H. Bouchikhi (éds.), Structuration du social et modernité avancée. Autour des travaux d’Anthony Giddens (pp.455-476). Sainte-Foy: Les Presses de l’Université de Laval; Giddens, A. (1994). Les conséquences de la modernité. Paris : L’Harmattan.