Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Produção de redes: comunidades expressivas (de experiência)
Michele Eichelberger, Bruno Mariani de Souza Azevedo, Ludimila Palucci Calsani, Bruna Martins Reis

Resumo


Pesquisas na Saúde Coletiva (SC) acompanham a processualidade de políticas públicas em diferentes traçados das redes de trabalho. São gestos e desenhos destes que, em ato e reflexão, devem aceder ao plano em que se processa a reforma sanitária brasileira, no modo de trabalho coletivo que produz modos de vida. Nesse percurso, diante do cenário de fadiga macropolítica e fragilidade de como agir em saúde à construção de projetos terapêuticos, do próprio trabalho em rede, traz-se a narrativa experimentada e expressa por um coletivo de pesquisadores do Departamento de SC, da Unicamp, a convocar espaços e “comunidades” acadêmicos à produção de processos de pesquisas mais colaborativos, uma vez que o coletivo se torne possível, sensível, e assim aumente sua potência de comunicar e acolher diferentes experiências à produção de pesquisas, de saúde, de outros modos de vida e trabalho. Diante do desafio concreto de produção de projetos de pesquisa para o ingresso na pós-graduação-com formas e regras que quase sempre implicam práticas solitárias-incorporados de desejo-composição, propomo-nos experimentar a produção coletiva. Um modo de fazer que não só nos arranca da solidão, como também conecta outras questões, redirecionando problemas. Munidos de um "querer criar" deslocamos problemas únicos tangenciando-os em comum. Descobrindo o ser comunidade, esboçamos zonas de vizinhança onde temas da pesquisa, misturados às cores e sabores de almoços, transformam a experiência da produção acadêmica em encontros alegres. A disponibilidade ao encontro passa a ser também imperativo da pesquisa e, num esforço constante em perseverar, resistir coloca-se como exposição e composição. A questão é o que se pode produzir ao expor e no mesmo movimento compor, num gesto de profundo interesse ao que nos é estranho? Interessa-nos a produção destas apostas: experienciar uma outra forma de construir e apresentar problemas de pesquisa. A narrar o processo, a vida no vivente, o vivente no vivido e as questões suscitadas por esses projetos coletivos, usou-se movimentos do graffiti. Pintando outro modo de fazer pesquisa, em ato, onde o pesquisador também está em processo, produziu-se contágio, movimento gerador de modos de vida e deste coletivo, não só pela emoção ou performance, mas pelo desejo de antinomia na produção acadêmica. A partir dessa proposta de resistência e criação refazemos a lógica, tornando possível outros contornos. Apostamos nisso como trampolim para trajetos acadêmicos porvir.