Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Percepções e concepções de enfermeiros frente aos comportamentos suicidas e à sua prevenção
Ana Paula Fraga Pacheco, Lenniara Pereira Mendes, Elaine Oliveira Leite, Sara Jemima Mota de Almeida, Carliaine Aparecida Siqueira, Cláudia Ap. Fernandes Cordeiro, Vinícius de Mattos, Eliane Aparecida Dumont Silva, Daisy de Rezende Figueiredo Fernandes, Maria da Penha Rodrigues Firmes, Nadia Veronica Halboth

Resumo


De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o suicídio é uma das dez principais causas de morte na população. Os enfermeiros que atuam na assistência, por estarem em contato direto e contínuo com os pacientes e por vezes com a comunidade, desempenham um papel importante na detecção desta causa, bem como na sua prevenção. O objetivo deste trabalho foi identificar as percepções e concepções de enfermeiros frente aos comportamentos suicidas e a assistência prestada a esses pacientes, em especial no que se refere às ações preventivas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, tendo como sujeitos 11 enfermeiros de Diamantina-MG, atuando em diferentes níveis de atenção à saúde: Pronto-atendimento, Centro de Terapia Intensiva e Estratégia de Saúde da Família. Observou-se uma grande dificuldade por parte dos enfermeiros em lidar com o tema. Alguns o consideram como um ato impensado, embora outros o definam como bastante planejado. Tais comportamentos foram relacionados a uma forma de fuga ou descontrole, à amplificação de problemas, à falta de perspectivas, ao fato de o indivíduo não encontrar solução para seus problemas, a problemas familiares, a dificuldades financeiras e a transtornos mentais, como depressão, alcoolismo e psicose. Outros aspectos citados foram as tentativas de suicídio “para chamar a atenção” ou como forma de pedir ajuda. Com relação à fase de ciclo de vida em que o suicídio pode acontecer, verificou-se um desconhecimento de que idosos são grupo de alto risco, embora os adolescentes tenham sido corretamente citados como grupo de risco. Entre todos, apenas um sujeito afirmou nunca ter atendido indivíduos com comportamentos suicidas. Por outro lado, um disse ter ficado assustado na primeira vez, mas depois percebeu “que é uma situação comum”. Quanto à prevenção, todos afirmaram que esta é possível, tendo um sujeito declarado que nem todos os casos podem ser prevenidos. Alguns ressaltaram a importância do apoio psicológico e de melhorar a autoestima do paciente e, mesmo, da prevenção precoce. No entanto, grande parte dos entrevistados afirmou que os profissionais da saúde não têm condições de atuar preventivamente contra comportamentos suicidas devido à sobrecarga de trabalho e que preferem não se envolver com os aspectos psicológicos dos pacientes. Conclui-se que é importante sensibilizar os enfermeiros sobre o seu papel fundamental na prevenção dos suicídios. Também seria importante discutir maneiras de reduzir sua sobrecarga no trabalho.