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Perfil de utilização dos serviços odontológicos na Atenção Primária à Saúde: experiência de duas unidades de saúde do município de Porto Alegre – Rio Grande do Sul
Resumo
Duas Unidades de Saúde (US) do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição apresentam características semelhantes no que diz respeito às suas populações e equipes de saúde bucal: US Nossa Senhora Aparecida e US SESC. Ambas utilizam o Sistema de Informações em Saúde (SIS), que é alimentado sistematicamente com dados referentes ao usuário, à assistência e a atividades de promoção de saúde. O objetivo deste trabalho foi estabelecer o perfil de utilização dos serviços odontológicos nas US NSA e US SESC, utilizando, para tanto, os dados advindos do SIS. Foi analisado o relatório do SIS referente a consultas odontológicas realizadas por cirurgiões-dentistas entre os meses de junho a agosto de 2011, somando 1206 boletins entre as duas US. As variáveis analisadas foram: características sócio-demográficas (idade, gênero e micro área), motivo da consulta (CID-10) e tipo de consulta ambulatorial – SIASUS: consulta programada ou consulta não programada. A partir dos resultados, pode-se concluir que a maioria dos pacientes da US NSA era do gênero feminino, da faixa etária 35-44 anos, proveniente da microárea de menor risco e mais próxima da US (NSA3); que o acesso aos serviços odontológicos se deu por meio de consultas programadas, e que o código utilizado de cárie dentária foi o mais freqüente. Também se pode afirmar que existe relação entre consulta não programada, diagnóstico de doenças da polpa e dos tecidos periapicais com a microárea mais vulnerável e mais distante da US (NSA1). Na US SESC, a maioria dos pacientes era do gênero feminino, pertencente à faixa etária de 0-11 anos, oriunda da micro área marcada por extrema desigualdade social e mais próxima da US (SESC2), com maior índice de consultas programadas e maior utilização do código referente a exame odontológico completo/consulta da ação programática odontológica de 0-3 anos. Além disso, existiu relação entre as consultas não programadas e o diagnóstico de doenças da polpa e dos tecidos periapicais. Os achados demonstram que é possível utilizar os dados do SIS para conhecer o perfil de utilização e a partir destes organizar o acesso em SB, baseado nos princípios APS.