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Introdução: Os acidentes de trabalho com exposição a material biológico representam um sério risco aos trabalhadores das instituições de saúde. Por conseguinte, o registro por parte dos serviços torna-se fundamental para a identificação do perfil destes acidentes, bem como para definição de estratégias de prevenção. Objetivo: descrever o perfil dos acidentes de trabalho com exposição a material biológico no Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), no período de janeiro de 2009 a abril de 2011.Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo, onde foram analisados os registros de acidentes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) local e do Serviço de Saúde do Trabalhador (SERSAT) do HFSE. Os bancos foram padronizados e, depois, relacionados utilizando o número do SINAN. Foram utilizados os softwares Microsoft Excel 2007 e SPSS 18.0. Resultados e discussão: Foram encontrados 167 registros no ano de 2009, 123 em 2010 e 64 registros até abril de 2011, totalizando 354 registros. Destes, 266 eram do sexo feminino (75,1%) e 88 do sexo masculino (24,9%). As idades variaram entre 17 a 68 anos, onde observaram-se mais acidentes entre 20 a 39 anos (72,6%). Este dado já era esperado, já que se refere à faixa etária de maior atuação nas atividades assistenciais do hospital. Em relação ao cargo/função, a maioria dos registros correspondia aos residentes (31,6%), seguidos dos auxiliares de enfermagem (25,4%). Ao considerar a lotação dos funcionários, os setores com a maioria dos registros foram: centro cirúrgico com 27 registros (7,63%), cirurgia geral II com 25 (7,06%), clínica médica com 23 (6,50%), CTI e oftalmologia, ambos com 21 registros (5,91%). Quanto aos agentes, os principais foram agulha com lúmen (45,8%), sangue (14,7%) e agulha sem lúmen (12,7%). Foi medida a incidência acumulada, onde observaram-se maiores taxas entre os residentes e estagiários de nível superior. No período de 3 anos, considera-se a ocorrência de 45 acidentes para cada 100 residentes. O mesmo pode ser interpretado para os estagiários, porém com menor risco: 24 acidentes para cada 100 estagiários. Tais resultados apontam para a necessidade de olhar para os jovens profissionais do HFSE, trazendo à tona elementos que podem ajudar à caracterizar ações de treinamento e cuidados contínuos para esta população.Conclusão: O perfil de acidentes de trabalho no HFSE possibilitou a identificação da necessidade de treinamento e maiores discussões acerca do processo de trabalho. Sugere que o caminho para a melhoria dos resultados perpasse pela articulação entre os diversos setores envolvidos. Dentre os principais desafios, a categoria dos residentes carece de maior cuidado e capacitação, tanto no início das suas atividades no hospital, quanto durante todo o seu processo de formação.Referências: CAIXETA, Roberta de Bethânia; BARBOSA-BRANCO, Anadergh. Acidente de trabalho, com material biológico, em profissionais de saúde de hospitais públicos do Distrito Federal, Brasil, 2002/2003. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 21(3): 737-746, mai-jun, 2005.