Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL NO CONTEXTO POLICIAL MILITAR: UM RELATO DE EXPERIENCIA.
Tiago Sousa Paiva, Liciane Costa Liciane

Resumo


RESUMOA discussão acerca das questões sobre a saúde dos agentes da segurança publica trata-se de uma temática de interesse institucional e social . Este trabalho é um relato de experiência da atividade de educação em saúde realizada no CQP (Curso de Qualificação Profissional), no Hospital da Brigada Militar na cidade de Porto Alegre/RS, no período de 05/09/11 a 25/11/11. O objetivo desta ação foi promover a saúde mental e a qualidade de vida entre os policiais militares que participaram do evento, na ocasião assuntos como: estresse; depressão; Transtorno de Humor Bipolar; uso abusivo de bebida alcoólica e de substâncias químicas foram problematizados entre os participantes. O CQP é realizado anualmente pela instituição militar, a fim de qualificar e aprimorar as atividades desempenhadas pelos funcionários que atuam neste hospital, bem como, promover a saúde destes agentes. O evento contou com a participação de profissionais da área de psicologia e de enfermagem, sendo realizadas rodas de conversa sobre a temática em questão com os 65 policias que compareceram ao local. Esta atividade teve como eixo principal a educação em saúde, sendo realizada todas as segundas-feiras no auditório da instituição, onde utilizou-se recursos audiovisuais, entretanto, o que prevaleceu foi o compartilhar de experiência entre educadores e educados. Como principal resultado observou-se que existem diversos paradigmas que se perpetuam dentro do contexto policial militar, como: não poder demonstrar fragilidade emocional; não falar que é usuário de drogas e ter a obrigação de corresponder às exigências da instituição e da sociedade. Fazendo com que o policial guarde para si suas angustias e medos, impedindo que esse procure ajuda de um profissional ou fale sobre o problema com alguém. O cotidiano da atividade policial pode gerar sofrimento mental em razão da contínua pressão pela qual esses profissionais passam. Sendo assim, é relevante a criação de espaços emancipatórios, para que haja um rompimento do silêncio e que colabore com o fortalecimento da capacidade dos sujeitos intervirem nos seus determinantes de saúde. Além disso, estes encontros afirmam ações de educação em saúde horizontais, onde os protagonistas são os indivíduos, sendo o profissional o facilitador desse processo.