Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Perfil Social dos Pacientes Portadores de Anemia Falciforme Atendidos no Ambulatório de Hematologia que Realizaram o Exame de (DTC) Doppler Transcraniano
Margarida Maria Tojal Pires, Margarida Maria Tojal Pires

Resumo


Introdução: Na busca de aprimorar os serviços oferecidos aos pacientes portadores de doença falciforme, o ambulatório de hematologia realizou entre os meses de junho e julho de 2011, o exame de (DTC) Doppler Transcraniano para identificar quais os pacientes com maior situação de risco para AVE (acidente vascular encefálico). Foram avaliados 103 pacientes.Objetivo: Elaborar um diagnóstico social dos pacientes portadores de Anemia Falciforme atendidos no ambulatório de hematologia com indicação para o exame de Doppler Transcraniano para subsidiar a efetivação de uma assistência integral.Material e Método: A coleta de informações foi realizada na segunda quinzena julho de 2011, através de uma entrevista orientada por um questionário semi-estruturado com os familiares de 103 crianças e adolescentes portadores de anemia falciforme entre 2 e 16 anos. Os conteúdos foram ordenados a partir das categorias: gênero, faixa etária, procedência, escolaridade, renda familiar e acesso aos benefícios sociais.Resultados: Dos 103 entrevistados, 61 são do sexo masculino e 42 do sexo feminino. Quanto à faixa etária, 65 tem idade entre 2 e 10 anos e 38 entre 11 e 16 anos. 64 pacientes são procedentes do interior e 49 de Maceió. Em relação à escolaridade dos pacientes, 10 estão na alfabetização, 24 estão fora da escola e 63 cursando o ensino fundamental. O nível de escolaridade dos pais apresenta-se muito baixo, com 24 analfabetos, 64 declararam ter ensino fundamental incompleto e 15 concluíram o ensino fundamental. Sobre a renda familiar, 78 recebem até um salário mínimo, 12 menos que um salário mínimo e 13 estão desempregados. A maioria, 72 dos pacientes, recebe benefícios sociais e 31 não recebem nenhum beneficio.Conclusão: Através dos dados coletados podemos constatar que há uma grande quantidade de pacientes procedentes do interior, apontando para a necessidade de centros de referência em cidades do interior do estado.O baixo nível de escolaridade dos pais compromete o entendimento das orientações quanto aos cuidados com a saúde dos pacientes e a compreensão de seus direitos.Os dados em relação ao gênero e faixa etária podem subsidiar a intervenção de outros profissionais em relação à conduta terapêutica.A vulnerabilidade social identificada através da renda familiar exige a inserção nos programas, serviços e benefícios socioassistenciais, através da interface com outras políticas públicas.A compreensão dos aspectos sociais dos pacientes poderá resultar no atendimento satisfatório, garantindo o acesso aos serviços e tratamentos existentes, sob a perspectiva de um conceito amplo de saúde, que envolve qualidade de vida e o exercício de cidadania.