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As práticas de Promoção à Saúde pautam-se pelo referencial de que há múltiplas variáveis intervindo na saúde dos indivíduos. Dessa forma, a Educação em Saúde se constitui em um importante elemento e vem se reorientando para a reflexão crítica dos sujeitos. Em pesquisas anteriores, foi possível perceber que muitos profissionais de saúde de Vitória-ES concebem as ações de Promoção à Saúde como sendo equivalentes às de Educação. Assim, propôs-se analisar os efeitos das práticas de Educação em Saúde para a Promoção à Saúde, observando como ocorrem as ações de Educação em Saúde em duas USF de Vitória-ES. A pesquisa está inscrita na abordagem qualitativa e, em um total de aproximadamente 40 horas, registradas em diário de campo, realizou-se o acompanhamento de ações de Educação em Saúde e observação do cotidiano da USF. Um estudo cuidadoso do diário de campo permitiu mapear quatro aspectos relevantes nos dados obtidos. O caráter marginal das ações de Educação em Saúde no cotidiano das USF, isto é, a concepção da Educação em Saúde como uma atividade extra, podendo ser adiada, permutada ou negada, apesar do movimento da gestão nacional de enfatizar as ações educativas no domínio do PSF. Quanto as relações entre os profissionais de saúde e as ações de Educação em Saúde destaca-se o fato de que são conduzidas por profissionais escolhidos de acordo com as possibilidades e necessidades momentâneas ou conforme aptidões individuais. A terceira categoria versa sobre as relações dos usuários com as ações de Educação em Saúde. Na maioria delas os usuários participam através de barganhas e relatam uma certa obrigatoriedade que há nas ações, tendo por finalidade ganhos secundários, e não com a ação em si. Também é possível destacar a secundarização do caráter educativo contido em toda ação de saúde. Não há uma homogeneidade de concepções acerca da Educação em Saúde que, ora reflete a visão de mundo de cada um dos sujeitos, ora se aproxima do enfoque educativo, ora reflete concepções preventivas. Pensar em Promoção à Saúde nos remete a compreender as ações de Educação em Saúde em um modelo amplo e dialógico, que permita que profissionais e usuários sejam participantes nos processos de construção da saúde. A presente pesquisa apontou a existência de várias dificuldades vivenciadas pelos profissionais de saúde nos processos da Educação em Saúde, mas evidenciou que um considerável número de profissionais realiza ações de Educação em Saúde e as considera importante.