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Um desafio da integração ensino-serviço-comunidade é construir espaços de construção compartilhada de saberes e ações entre profissionais, estudantes e professores, superando ações fragmentadas de ensino-aprendizagem onde a presença do estudante em serviços de saúde não interfere substancialmente na organização do serviço e na qualidade da atenção à população. Neste sentido, este relato de experiência versa sobre projeto realizado em uma Unidade de Saúde da Família localizada em Vitória-ES, onde estão inseridos monitores dos cursos de Medicina, Enfermagem e Farmácia que atuam no PET-Saúde da Família da UFES. No início do PET-Saúde, identificaram-se problemas na organização do serviço no que se refere à hipertensão arterial e diabetes mellitus, transtornos mentais e referência e contra-referência de usuários ao nível secundário. Agregando professores, profissionais, gestor local e estudantes em reuniões quinzenais, formulou-se projeto de intervenção com o intuito de melhorar a qualidade da atenção e do cenário de ensino-aprendizagem. A primeira etapa consistiu de um diagnóstico situacional da organização do serviço e da atenção aos usuários nos eixos citados. Neste momento, as ações foram realizadas principalmente pelos estudantes, que tinham grande autonomia na organização do trabalho. Depois de concluída esta etapa, planejou-se as ações para a resolução dos problemas encontrados. O que se observou foi a intensa mobilização dos estudantes e profissionais no início do projeto e no momento de diagnóstico situacional. Contudo, a partir da fase de planejamento das ações, onde todos os atores, principalmente os profissionais, passariam a ter papel ativo no processo, o projeto perdeu potência em afetar o cotidiano do serviço. Dentre os fatores que contribuíram para esse sucesso parcial, citam-se: (a) a autonomia e empenho dos estudantes resultaram no sucesso do diagnóstico situacional; (b) a rotatividade de profissionais, a não inclusão de todos os profissionais do serviço no projeto (ex. ACS), baixa potência de gestão dos processos de trabalho no serviço, fatos inesperados (ex. epidemia de conjuntivite), desmobilização dos atores ao longo do processo e falhas na interlocução dos professores com o serviço contribuíram para o insucesso do projeto em suas fases subseqüentes. A partir dessa experiência do PET-Saúde, teremos a possibilidade de construir, em conjunto como os serviços, melhores cenários de ensino-aprendizagem.