Tamanho da fonte:
Política para atividades práticas em Saúde Coletiva na UFMT
Resumo
Tomar como referências as práticas de saúde para a elaboração de um projeto educativo implica considerar algumas dimensões do trabalho no âmbito da Saúde Coletiva, a saber: o objeto, o meio de trabalho, o trabalho propriamente dito, agentes e relações técnicas e sociais (MENDES-GONÇALVES, 1994). Se o objeto reconhecido pela Saúde Coletiva for as necessidades sociais de saúde, deve-se impor uma análise dessas necessidades e seus determinantes, ao tempo em que proceder aproximação a esse objeto, manipulá-lo e/ou transformá-lo são necessárias tecnologias ou meios de trabalho (PAIM, 2006). Assim, colocar em pauta a reflexão e definição de marco teórico-conceitual capaz de contribuir com a Saúde Coletiva na formação de profissionais de saúde em nível de graduação foi a referência adotada no Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A definição de uma Política que oriente o desenvolvimento de atividades práticas em Saúde Coletiva no contexto da UFMT, articulando necessidades e possibilidades de desenvolver a formação de futuros profissionais de saúde e a capacidade resolutiva dos serviços de saúde foi o desafio assumido e incorporado pelo grupo responsável pela construção da referida Política. Para o diagnóstico da situação, utilizou-se de documentos oficiais do ISC e da FCM; os projetos políticos pedagógicos da Saúde Coletiva, Medicina e Nutrição, e relatórios dos estágios em Saúde Coletiva dos alunos dos 5 e 6 anos de Medicina dos anos de 2009 e 2010. Esse momento possibilitou a identificação das dificuldades vivenciadas nas práticas e estágios em Saúde Coletiva na UFMT, bem como o estabelecimento da situação futura desejada para essas práticas nos cursos em que o Instituto é ofertante ou responsável direto por disciplinas com carga horária prática e/ou estágio. Foram identificados 46 nós críticos que quando sistematizados apontaram para o predomínio de problemas de ordem pedagógica (45,0%), ordem institucional (23,3%), relacionados aos serviços de saúde (18,3%) e de percepção discente (13,4%). Diante da situação foi estabelecida concepção teórico-metodológica para o desenvolvimento dessas práticas, ao tempo que categorizou-se essas atividades em 5 tipos, a saber: Conceituais, de Práticas do Tipo I, II, de Pesquisa e de Estágio. Foram estabelecidas 8 diretrizes, 32 estratégias de implementação e responsabilidades para um Comite Gestor da Política e grupo técnico/operacional da Política no contexto da UFMT.