Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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PRÁTICA EDUCATIVA COM MÃES DE CRIANÇAS PORTADORAS DE ANEMIA FANCIFORME: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Paula da Silveira Januario, Luiz Henrique Chad Pellon

Resumo


Caracterização do problema A anemia falciforme é uma doença genética que exige envolvimento direto e contínuo dos responsáveis pelo portador da enfermidade em atividades de cuidado e proteção durante a infância, atividades que recaem, quase que integralmente, sobre a responsabilidade das mães. Este trabalho objetiva relatar a experiência de participação em uma prática educativa de promoção da saúde para mães de crianças portadoras de anemia falciforme em tratamento ambulatorial por um grupo de acadêmicas de enfermagem. Descrição da experiência A atividade envolveu duas etapas tendo por referencia as mães de crianças atendidas no ambulatório do Hospital Geral de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. A primeira etapa consistiu em realizar uma dinâmica de socialização do grupo de acadêmicas com as mulheres a fim de se captar elementos referentes à percepção sobre a influência da enfermidade na dinâmica da rotina diária, as relações sociais e familiares envolvidas no cuidado e os comportamentos adotados. Esta atividade foi seguida de entrevista voltada a captar elementos sobre as vulnerabilidades sociais, ambientais e programáticas do grupo. Na segunda etapa foi realizada uma atividade educativa na forma de “roda de conversa” voltada à redução das vulnerabilidades identificadas a partir da sensibilização para mudanças na construção cognitiva e comportamental das mulheres que integravam o grupo. Efeitos alcançados Através dos dados coletados chegou-se ao diagnóstico de alta vulnerabilidade ao sedentarismo. A prática educativa voltou-se à sensibilização das mulheres sobre as possibilidades de transformação dessa realidade. A experiência possibilitou ampliar o olhar sobre as etapas que devem compor uma prática educativa em promoção da saúde como um processo que contribui para a co-construção de sujeitos sociais, através da identificação das vulnerabilidades existentes e do incentivo à autonomia individual e coletiva dos envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Recomendações Os profissionais que integram as equipes de saúde devem estar atentos para ampliar o olhar sobre as inúmeras possibilidades de intervenção em saúde que partam de um diagnóstico de vulnerabilidades e considerem o potencial cognitivo como elemento transformador dos comportamentos e das decisões favoráveis ao fortalecimento da autonomia e do empoderamento individual e coletivo.