Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Relato de Experiência da Oficina Árvore dos Prazeres
Catiele Paixão, Giliane Moura, Bárbara Guerra, Mônica Lima

Resumo


Há que se concordar que é essencial a discussão de temas como sexualidade e prevenção de DST’s/AIDS, sobretudo em ambientes educacionais, onde a discussão desses temas ainda são rasos e restritos a um viés puramente biologicista. Tendo em vista a epidemia de DSTs no Brasil, foi criado em 2003, o Programa Prevenção nas Escolas, desenvolvido pelos Ministérios da Saúde e da Educação. Como parte deste programa foi incluída a Oficina Árvore dos Prazeres, que tem como objetivo popularizar o conhecimento e a utilização de critérios para avaliar a vulnerabilidade à infecção pelo HIV. A oficina foi realizada em duas escolas públicas de Salvador e consistiu em entregar, a cada participante, targetas verdes e pedir que escrevessem prazeres. Estes escritos foram posicionados como frutos na árvore, nas margens ou no centro, segundo a relevância para a abordagem na oficina. Em seguida, foram entregues targetas azuis e pedido que escrevessem riscos possíveis ao experimentar os prazeres citados. Após as colocações do orientador a respeito dos prazeres e riscos citados, foi aberto espaço para uma roda de conversa dando enfoque aos prazeres relacionados à sexualidade. Finalmente foi proposto aos participantes que pensassem em formas de proteção com as quais pudessem contar para enfrentar riscos relacionados à saúde sexual. Neste momento foram compartilhadas novas informações e discutidas ideias distorcidas ou mitos e preconceitos para com as práticas sexuais no que diz respeito à proteção. Foram utilizadas próteses para treinar o uso correto de preservativos e foi discutida a importância da testagem e do diagnóstico precoce para o tratamento de possíveis infecções. Distribuiu-se um questionário que avalia vulnerabilidade quanto ao HIV/AIDS instruindo-os a respondê-los individualmente. Por fim, foi informado aos estudantes sobre o aconselhamento e testagem de DST’s/AIDS, objetivando referenciar os participantes ao posto de saúde. Este espaço foi relevante por informar, relembrar ou aprimorar os conhecimentos adquiridos e por ressaltar a importância de praticar sexo seguro. Outro aspecto fundamental foi a possibilidade de um referenciamento à postos de saúde, o quê contribuiu para o empoderamento dos estudantes a cerca dos seus direitos enquanto usuários do Sistema Único de Saúde. Esta oficina estimulou a testagem e o diagnóstico precoce e, principalmente, a realização de ações de prevenção, com referência na avaliação e redução de vulnerabilidades associadas às DSTs/AIDS.