Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Pré-Natal e Saúde da Gestante: Um relato de experiência sobre o PET-Vigilância em Saúde
Nayla Samia Pacheco

Resumo


Caracterização do problema: A mortalidade materna consiste no óbito da mulher durante o período gestacional, o parto ou até 42 dias após o fim da gestação, independentemente da duração desta, por causas relacionadas ou agravadas pela gravidez. Embora, possa ser evitável em mais de 92% dos casos (Ministério da Saúde, 2007), através de uma assistência pré-natal de qualidade, a mortalidade materna ainda é uma das causas de óbitos mais prevalentes em países em desenvolvimento, como o Brasil.Algumas medidas simples são fundamentais para melhorar a qualidade de vida da gestante, bem como evitar complicações que possam resultar na morte materna ou do neonato. Descrição da experiência Como monitora do PET – Vigilância em Saúde, com enfoque na intervenção contra morbidades e mortalidade materna, tive em 1 ano e meio, a oportunidade de vivenciar a precariedade de vários serviços de pré-natal, bem como alguns que servem de exemplo na região do município de Caxias, MA. Participando da rotina de postos de saúde, pude observar o número insuficiente de profissionais, a falta de reciclagem destes, que muitas vezes usam um tratamento inadequado ou não dão as informações fundamentais para suas pacientes, além da demora no atendimento. Já na investigação de óbitos maternos, através de atestados analisados, pude observar que a maioria contém informações incompletas, que podem gerar uma falsa ilusão /subnotificação sobre os números de óbitos maternos. Efeitos alcançados Em alguns postos de saúde, a organização dos profissionais para que 1 dia da semana seja priorizado ao atendimento de pré-natal [o que não implica nas consultas de urgências obstétricas] dinamizou e melhorou o atendimento local. Além de possibilitar o desenvolvimento de palestras informativas para um grupo maior de pacientes. Nas palestras, pude observar o grande interesse das gestantes pela grande quantidade de dúvidas, que muitas vezes não são esclarecidas nas consultas por “vergonha” do profissional médico ou enfermeiro. Elas também referiam um maior interesse em continuar com o pré-natal de forma assídua e corretamente. Recomendações A vivência como acadêmica foi fundamental para que eu percebesse a grande carência das pacientes não apenas de consultas, profissionais qualificados, medicamentos ou exames mais acessíveis; mas principalmente a carência de atenção, informação correta e acessível ao seu grau de instrução e atendimento humanizado. São mudanças simples, mas fundamentais para um pré-natal de qualidade.