Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Preceptoria Multiprofissional em Saúde Mental: Vivência de um modelo em saúde para além do modelo biomédico.
Aline da Silva Rodrigues Canuto, Fabiana Lopes Dimas

Resumo


No ano letivo de 2011, realizou-se a atividade de acompanhamento multiprofissional dos internos do sexto ano de Medicina da ESCS - Escola Superior de Ciências da Saúde do Distrito Federal em um Centro de Atenção Psicossocial II- CAPS II. Foram 77 alunos, distribuídos em 19 grupos de quatro alunos. Cada grupo acompanhava as atividades no serviço por duas semanas, sendo supervisionados por uma psicóloga, uma terapeuta ocupacional e uma assistente social. A proposta metodológica utilizada na ESCS baseia-se em problemas, através da interação ensino -serviços –comunidade. A escola busca qualificar as habilidades e atitudes necessárias para o exercício adequado da medicina, além do conhecimento teórico. Em consonância, o CAPS tem como missão, oferecer um atendimento mais abrangente, para além dos cuidados clínicos, ao reconhecer a importância da reabilitação psicossocial, o exercício da cidadania e da inclusão social dos usuários e de suas famílias. Dessa forma, procurou-se inserir os internos nas diversas atividades desenvolvidas no serviço: Acolhimento, oficinas terapêuticas, grupos familiares, atividades externas, além do atendimento individual.A experiência trouxe resultados positivos em diversos níveis. Para A ESCS, o CAPS parece ter sido um espaço potencializador para o desenvolvimento de habilidades e atitudes dos discentes, estes puderam vivenciar um modelo um modelo em saúde para além do modelo biomédico, transcendendo a abordagem sintomatológica. No campo da Saúde Mental, possibilitou o rompimento do estigma da loucura. Houve a possibilidade dos usuários serem percebidos enquanto sujeitos e não como a doença. Embora a proposta da escola seja focada no paradigma biopsicossocial, percebem-se ainda certos traços do modelo biomédico arraigado na história da saúde. Romper com o antigo paradigma é algo que requer tempo e esforço. Para tanto, faz-se necessário a continuidade da inserção de futuros profissionais em serviços que compartilham dessa filosofia. O mesmo pode ser dito em relação à Reforma Psiquiátrica, que não pode ser resumida apenas com a criação de serviços substituídos. É preciso romper com os “manicômios” existentes dentro de cada profissional da saúde.