Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Saúde Coletiva e integração curricular: desafios da mudança na cultura formativa e do cuidado em saúde numa escola tradicional de Medicina
Carla Pontes de Albuquerque, Cristiane Novaes

Resumo


Caracterização do problema Após dez anos de diretrizes curriculares que recomendam a inserção dos estudantes de Medicina em cenários de prática diversificados na realidade da rede assistencial e da vida da população brasileira, esta situação ainda não está contemplada de forma hegemônica, principalmente no que diz respeito às escolas médicas mais tradicionais. A EMC UNIRIO completará seu centenário em 2012, sendo um grande desafio neste ano a efetivação do seu processo de reforma e integração curricular. Descrição da experiência Ao chegarmos à instituição no final de 2010, fomos convocadas a contribuir para a efetivação do recém implantado internato em saúde coletiva no décimo segundo período. Logo confirmamos que este trabalho não era isolado da discussão do eixo de Saúde Coletiva e suas relações com os demais, como a Biomedicina. Na realidade, no semestre de conclusão do curso, os graduandos não tinham quase nenhuma experiência prévia na atenção primária e nem familiaridade com abordagens problematizadoras em relação ao processo saúde, doença, gestão e cuidado. Diante deste quadro, buscamos fortalecer parcerias para a integração ensino, serviço e população através da parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro (SMSDC RJ), demais graduações de saúde na própria UNIRIO, outras iniciativas governamentais e civis que pudessem constituir uma rede formativa e de cuidado na perspectiva da territorialidade das clínicas de família, nas quais os internos passaram a desenvolver estágio de seis semanas. Efeitos alcançados Nos três últimos semestres tem sido possível problematizar nos cenários de prática questões até então ausentes na formação: modelos tecno-assistencias e SUS; clínica ampliada; territorialidade; vigilância em saúde; intersetorialidade; integralidade no cuidado; controle social; educação permanente e popular em saúde; dentre outras. Utilização de metodologias de ensino mais ativas, inclusive com o recurso da etnografia (diário de campo). Através de instrumentos de avaliação formativa tem sido possível identificar mudanças na compreensão dos estudantes em relação ao SUS e suas relações com este. Recomendações Inserção desde o início da graduação dos estudantes em cenários de prática diversificados no SUS Efetivar os Núcleo Estruturante Docente em prol da qualificação e integração do curso Incentivar aos docentes e discentes que participem em fóruns mais amplos de Educação Médica e Educação Permanente em Saúde