Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Protocolo de Abordagem de Familiares: estratégia de suporte assistencial em Centro de Atenção Psicossocial
Dannilo Aragão Guimarães, Lucia Cristina dos Santos Rosa

Resumo


O referido trabalho constitui-se parte de estudo realizado resultante de Programa de Pesquisa na área de avaliação de Políticas, Programas, Ações e Sistema de Saúde. Objetiva contribuir para o aprimoramento dos serviços comunitários de saúde mental, na realidade brasileira; formular estratégias de abordagem de familiares no processo de reabilitação psicossocial. Destaca-se que há 10 anos, surgiram no Brasil, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), regulamentados como serviços substitutivos à atenção psiquiátrica hospitalar, estes são ainda de base comunitária. Utilizou metodologia qualitativa, com a amostra de 39 profissionais do serviço de saúde mental comunitário (Centro de Atenção Psicossocial – CAPS), utilizaram-se 02 unidades deste serviço comunitário. Utilizou-se roteiro de entrevista semi-estruturada, pré-testado, e o software ALCESTE, versão 4.8, para o processamento dos dados. As categorias analíticas processadas permitiram identificar núcleos exploratórios que orientaram a formulação do Protocolo de Abordagem de Familiares (PAF). Os procedimentos éticos respeitaram as exigências da legislação brasileira para pesquisa com seres humanos (CNS 196/96). O referido protocolo prevê a abordagem de familiares no nível do serviço propriamente dito, intra-setorial e inter-setorial, destaca-se o papel dos setores da assistência social, educação, trabalho, lazer e cultura, no processo de reabilitação psicossocial do usuário e ente familiar com transtorno mental. A proposta do protocolo é de potencializar o serviço de saúde mental, não no sentido de criar um novo serviço para familiares, mas de organizar as ações com familiares e para familiares. Considerando que o foco principal é o usuário e sua reabilitação psicossocial, o protocolo visa otimizar as ações desenvolvidas com e para o usuário, as quais a família esteja sempre direcionada ao fortalecimento dos laços, melhorias da relação familiar, desenvolvimento de habilidades (pessoais, profissionais e de cuidado), fortalecimento do empoderamento das famílias e de seus usuários no sentido de diminuir as marcas opressoras, de estigmatização e de segregação que a doença mental por muito tempo proporcionou e que se encontram intimamente imbricadas na dimensão individual e familiar. A abordagem de familiares no serviço propriamente dito (CAPS) destina-se a garantir a assistência ao familiar nas seguintes ações: acolhimento; assembleia; atividades terapêuticas; atividades de empoderamento; atividades sociais; busca ativa de familiares; grupo informativo; suporte familiar e visita domiciliar. Constata-se que os CAPS necessitam de aprimoramento na suas ações destinadas a familiares; que a reabilitação psicossocial de pessoas com transtorno mental se encontra desvinculada da assistência aos familiares cuidadores.