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CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: Há milênios a humanidade convive com substancias que tem a capacidade de produzir alterações físicas e mentais, dentre elas o tabaco. Ao longo deste período fatores culturais e sociais (como festas e comemorações) estão relacionados ao consumo do mesmo (BERTOLOTE, 2010). O tabaco é definido como qualquer preparação das folhas da Nicotiana tabacum proveniente de uma planta nativa da América, sendo seu principal ingrediente a nicotina, que é um agente psicoativo. Já o tabagismo é um vocábulo de origem francesa que se refere a condição de dependência da nicotina, em que o fumante apresenta graves sintomas de abstinência (BERTOLOTE, 2010). A dependência é caracterizada pela ocorrência de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de uma dada substância e com a cessação ou redução do uso das mesmas, ocorre a abstinência que geralmente é acompanhada por sinais de alterações fisiológicas (BERTOLOTE, 2010). O tabagismo constitui um importante problema de saúde, colocando-se entre as causas mais comuns de morte por neoplasias malignas. Segundo Bogliolo (2011, p.430), “sua incidência vem crescendo nos últimos 60 anos, coincidindo com o aumento paralelo na produção de tabaco e no consumo de cigarros”. E tornou-se responsável por cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão nos homens e 70% em mulheres. Cerca de 20% dos fumantes desenvolvem câncer pulmonar. O tabagismo aumenta a chance de câncer de pulmão, de forma proporcional ao tamanho da exposição considerando então o numero de cigarros fumados/dia x tempo. Assim, quem fuma charutos ou cachimbo também tem mais risco de desenvolver câncer de pulmão. Mesmo sem inalar, existe o aumento do risco de tumores de cabeça e pescoço nos usuários. Há também maior risco em fumantes passivos, que vivem em exposição prolongada ao ar aonde alguém esta fumando. Estima-se que a cada três cigarros fumados por um fumante, o individuo que divide o ambiente está inalando um cigarro inteiro (MARTINS; BRANDÃO NETO; LADEIRA; DIEHL; TAKAHASKI; 2007). Na década de 90 houve uma queda de casos e de mortes em homens com aumento em mulheres, implicando diretamente no aumento do número de mulheres tabagistas (MARTINS; BRANDÃO NETO; LADEIRA; DIEHL; TAKAHASKI; 2007). Segundo o INCA (2011) O tabagismo passivo é a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, subseqüente ao tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool. O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono, e até cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro. Neste sentido, este estudo tem por objetivo relatar a experiência de acadêmicas do curso de enfermagem na realização de uma atividade educativa sobre o Tabagismo e doenças associadas, com enfoque especial no câncer de pulmão. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Trata-se de um relato sobre a experiência obtida por meio de uma exposição realizada no evento intitulado EXPOCEEP que se realizou no Centro Estadual de Educação Profissional Pedro Boaretto Neto (CEEP), na cidade de Cascavel, estado do Paraná, nos dias 21 e 22 de outubro do ano de 2011, no período noturno. A EXPOCEEP é um evento realizado anualmente e tem como objetivo a apresentação à comunidade dos cursos da escola e atividades desenvolvidas pelos alunos. As acadêmicas de enfermagem que vivenciaram essa experiência são oriundas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) e participantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) o qual possibilitou a participação das mesmas nessa atividade. Trata-se de uma apresentação dialogada, expositiva e não-formal na qual utilizou-se para demonstração a Smoking Sue, que representava o ato de fumar: o cigarro era introduzido na boca da boneca e aceso. Em seguida as acadêmicas simulavam o ato, apertando e soltando a pêra que representava o tórax da boneca; após isso a fumaça inalada passava pelo tubo de ensaio que representava o pulmão humano e as substâncias tóxicas depositavam-se no tubo. À medida que os cigarros eram consumidos pela boneca, aumentava o depósito de substâncias no tubo, conferindo-lhe um aspecto escurecido, demonstrando as alterações pulmonares ao longo da vida de um fumante. O local escolhido foi o pátio da escola, pois era um local com grande fluxo de pessoas além de ter possibilitado o desenvolvimento da atividade minimizando os efeitos da fumaça do cigarro. Ao longo da demonstração, as acadêmicas abordaram conteúdos referentes ao tabaco. EFEITOS ALCANÇADOS: Acreditamos que a atividade tenha sido exitosa, pois a comunidade que se aproximava do local onde ocorria a apresentação, sendo vários deles atraídos pela boneca exposta, inclusive as crianças. Houve grande interesse sobre o funcionamento da Smoking Sue e do assunto em questão nos dois dias de exposição. Alguns visitantes participaram ativamente, relatando experiências e esclarecendo suas dúvidas com as acadêmicas, sendo as mais comuns acerca da dependência, fumantes passivos e câncer de pulmão. O objetivo do trabalho não teve enfoque quantitativo, entretanto, observou-se que grande parte dos visitantes relatou ser fumante, já ter fumado e/ou conhecer alguém nessa situação. RECOMENDAÇÕES: Acredita-se que essa atividade educativa tenha possibilitado esclarecimento quanto aos riscos do consumo do tabaco para a saúde humana. Confiamos que atividades educativas semelhantes a essa aqui apresentada são importantes para a formação acadêmica dos estudantes de enfermagem e as mesmas devem estar presentes nos currículos de graduação. REFERÊNCIAS: 1. BERTOLOTE, J.M. Glossário de álcool e drogas. Brasília: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2010. 2. BOGLIOLO, L. Patologia. Editor Geraldo Brasileiro Filho, 8.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 3. BRASIL. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Disponível em: http: //www.inca.gov.br/tabagismo/. Acesso em 23.nov.2011. 4. MARTINS, H. S.; BRANDÃO NETO, R. A.; LADEIRA, J. P.; DIEHL, L. A.; TAKAHASKI, F. Principais temas em clínica médica. São Paulo: Medcel. V. 2. 2007. 5. TARANTINO, A.B. Doenças pulmonares. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 5.ed, 2002.