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TECNOLOGIA LEVE NA ATENÇÃO EM SAÚDE BUCAL – CARTOGRAFIA DO 1o ENCONTRO CLINICO
Resumo
Este estudo surge da constatação de que, apesar das transformações no âmbito da formação/atuação dos profissionais de odontologia no Brasil e seus reflexos na estruturação das pós graduações nas modalidades Residência, ainda predomina a prática baseada no uso de tecnologias duras de atenção à saúde. Nosso objetivo foi construir, registrar e refletir sobre os acontecimentos de um primeiro encontro clínico entre sete usuários de uma unidade do antigo CSEM (Centro Saúde Escola Murialdo) e o profissional-residente embasados no uso de tecnologia leve e realizado em consultório comum sem equipamento odontológico. Utilizamos a Cartografia referenciada por Guatarri e Deleuze, como dispositivo metodológico, para acompanhar o desenrolar desses encontros e explorar a tecnologia leve no processo de desterritorialização para a produção de conhecimento e subjetividades em saúde. Essa experimentação cartográfica se deteve sobre quatro histórias de vida, dentre as sete vivenciadas, para a reflexão sobre o cuidado em saúde, autonomia dos sujeitos, adequação das ferramentas para a construção da clínica ampliada e potencialização da equipe multiprofissional na atenção básica. A partir dos achados é possível sinalizar que um encontro clínico, realizado com esses pressupostos, dentro do cenário de formação da Residência Integrada em Saúde, configura um lugar-meio favorável para o ato de cuidar, consolida a prática multi e interdisciplinar, assim como se constitui em um espaço micropolítico que propicia a produção de saúde a partir do uso das tecnologias de relação principalmente o acolhimento e o vínculo, ressignificando a primeira consulta de saúde bucal e sendo de fácil e útil implementação na rotina de uma unidade de saúde.