Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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UM MÉDICO GENERALISTA: UMA TRAVESSIA – OLHARES NUM TERRITÓRIO SEM PORTAS
Fabricio Donizete da Costa, Sérgio Resende de Carvalho, Michele Eichelberger, Maria Lúcia Mazzariol Cyrino, Andrea Aparecida Barbosa, Elisa Maria Dias

Resumo


Caracterização do problemaA formação médica se destaca pelo intenso jogo de forças que conduzem o processo de ensino-aprendizagem. Trata-se de um campo de forças, onde quatro tensões – formar médicos, praticar medicina, produzir conhecimento e disputar projetos – são operadas o tempo todo pelos atores neste campo. Aglutina-se a perspectiva de “revisões de modelos”, a fragmentação do ensino e a tecnificação da prática médica, linhas que expressam o grande vínculo entre a escola médica e a sociedade. Dentro deste processo de mudança nos currículos médicos, movimentos políticos e sociais (CINAEM, fóruns da ABEM, pautas da DENEM) promovem como bandeira a discussão da formação dos médicos brasileiros na tentativa de trazer subsídios para melhor conduzi-la. Muitos destes esforços culminam com as diretrizes curriculares nacionais para o curso médico – DCN-MED - (MEC, 2001), que propõe o perfil para a formação do estudante de medicina brasileiro, caracterizado pela capacidade de ser “generalista”. Descrição da experiênciaReflito a experiência de acompanhar/atuar em uma intervenção num território marcado pela desigualdade social: - "Comunidade Sertão", escombros de um supermercado em uma região periférica de Campinas, comunidade marcada pelos “desencontros clínicos”, e pela "resistência" aos modos comuns de operar o cuidado em saúde. Discuto a prática generalista referenciado pelo exercício de um “olhar cego” – olhar livre que procura se esquivar das codificações e normas das práticas clínicas sanitárias/higienistas -, que desterritorializa e fomenta “encontros médico-paciente” produtores de vida e aumentativos da potência de vida, capazes de tecer linhas de cuidado e munir os recém-egressos com “uma caixa de ferramentas” frente as necessidades de saúde apresentadas na prática médica atual, em Rede, junto aos trabalhadores e as equipes de saúde.Efeitos alcançados Aprofunda a discussão da prática da redução de danos como peça indispensável a “caixa de ferramentas” da formação generalista em saúde;Discute-se interface entre Produção de Redes e a prática de uma Clínica aumentativa de potência, produtora de saúde. Reduzir danos para produzir vida!Tensionamentos e produção de sujeitos implicados (com o campo, com a vida!)Expõe desafios/linhas de fuga do cotidiano da prática em saúde.RecomendaçõesSer Generalista: ser cuidador.Redução de Danos: potencialidade de uma prática política e ética.Inúmeros outros “Sertões” esperam a travessia com passos menos estanques.