Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Vivenciando a Unidade de Saúde da Família: um relato de experiência no município de Salvador, Bahia.
Juliana Santos Oliveira

Resumo


A partir de uma série de mudanças estruturais e de redirecionamento do modelo de atenção pautado na vigilância da saúde, que tem como objeto de trabalho os determinantes das condições de vida da população, é aprovada em 28 de Março de 2006 a Portaria nº 648 que trata da institucionalização da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), que tem a Saúde da Família como estratégia prioritária para atendimento dos usuários de acordo com preceitos do SUS. A Unidade de Saúde da Família Santa Luzia, localizada no bairro Engenho Velho de Brotas, no município de Salvador - BA foi campo de prática de um estágio curricular do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, onde o aspecto do acolhimento foi observado como um ponto crítico, em que demanda uma discussão ampliada sobre a sua efetividade no cotidiano do trabalho. Tal situação vai para além da concepção dos profissionais em relação ao processo de cuidado à saúde, englobando aspectos de precarização dos trabalhos, qualificação dos profissionais e dos espaços físicos, assim como questões de caráter político. O estágio permitiu o conhecimento da dinâmica de serviços que são oferecidos à população no nível da atenção básica. Enquanto estudante foi possível a realização de atividades de educação em saúde, curativos, aferição de pressão arterial e dados antropométricos, aplicação de medicamentos e acompanhamento das consultas de enfermagem, todos sob a supervisão dos professores. Foram desenvolvidas na referida USF duas intervenções de educação em saúde cujos temas escolhidos foram Hipertensão Arterial e Alimentação Saudável, adequados à realidade exposta pelos usuários. Em ambas as atividades foram levantadas questões de prevenção, e as complicações que podem surgir a partir da não adaptação dos cuidados ao modo de vida de cada indivíduo. É importante destacar a participação ativa dos usuários durante a realização das atividades, o que os coloca como sujeitos principais no processo de promoção da saúde através da construção conjunta do conhecimento. Como sugestão indico a atualização dos profissionais de saúde sobre a Política de Humanização no âmbito do SUS, e como tentar adaptar momentos em que tal estratégia possa ser colocada em prática junto à comunidade. Nota-se também a necessidade de implementar ações que contemplem o sujeito na sua singularidade e totalidade, envolvendo aspectos que superam o caráter unicamente biológico da saúde.