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Um dos desafios que se coloca para o campo da saúde mental, crack, álcool e outras drogas na atenção básica em saúde é o de familiarizar os trabalhadores da atenção primária quanto ao manejo de situações quando os usuários das unidades apresentam quadro de uso abusivo ou dependência de crack, álcool e outras drogas associado ou não a transtorno mental. Toda a intervenção é realizada de forma conjunta, seja através do matriciamento junto às equipes, do atendimento na forma de interconsulta, da visita domiciliar, da busca ativa, das atividades grupais, etc. Para fins deste trabalho, nosso objetivo é problematizar, de forma parcial, os dados coletados durante o trabalho de campo juntos as equipes de saúde, sobre a percepção, intervenção e cuidado das mesmas para o campo da saúde mental, crack, álcool e outras drogas. A partir do Programa de Educação para a Saúde/Saúde Mental, Crack, Álcool e outras Drogas da UERJ, nossa investigação tomou como objeto as duas unidades de saúde presentes no território e suas equipes técnicas das Estratégias de Saúde da Família bem como, respectivamente, o conjunto dos agentes comunitários de saúde, situadas no Complexo do Borel, que envolve sete comunidades, com uma população de aproximadamente 13.000 habitantes. A nossa metodologia baseou-se a partir da realização de quatro grupos focais junto as Equipes da Estratégia de Saúde da Família envolvendo os Agentes Comunitários de Saúde das unidades do Borel e Casa Branca. Neste contexto realizamos também um grupo focal com a escola municipal do entorno a unidade de saúde para fins de comparação quanto a análise de seu conteúdo. O processo da pesquisa foi realizado a partir da aprovação do comitê de ética em pesquisa pela gestão municipal da saúde e de forma pactuada entre as equipes, toda a atividade foi gravada com anuência dos sujeitos e depois transcritas pela equipe do PET. O processo de análise das mesmas tomou como referência o elenco de temáticas constantes e repetidas. A partir dos dados classificados e analisados, iniciamos o processo de reflexão e apontamentos, observando, contudo, como resultados preliminares, que em certa medida o entendimento e compreensão da equipe sobre crack, álcool e outras drogas, baseia-se no senso comum que é veiculado pela mídia, com forte conteúdo moral sobre a relação usuários e drogas. O entendimento difuso sobre o campo das drogas aponta a necessidade de capacitação das equipes para o referido manejo quanto ao cotidiano do cuidado.