Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Tecendo Redes Intergeracionais: um olhar jovem sobre o envelhecimento
Denis de Melo Pinto Rangel, Elizabeth Clarkson Clarkson

Resumo


É extremamente destacável que o envelhecimento tem se tornado um tema cada vez mais frequente em nossa atual sociedade, consequência esta, sobretudo, relacionada ao aumento na expectativa de vida. Uma população mais idosa demanda um aparato de serviços de qualidade, sejam estes relacionados à saúde, transporte ou previdência. Em um mundo de forte velocidade e tecnologia, o progressivo e inevitável processo do envelhecimento deve realmente ser discutido de forma mais veemente, com destaque para os jovens, que representam os idosos do futuro. Na atual dinâmica populacional brasileira, a tendência é que o percentual de idosos ultrapasse o percentual de jovens a médio prazo, o que pode ser justificado pelo último Censo do IBGE. Tal fato, assim levanta uma importante discussão, que equivale à visão que os jovens brasileiros possuem do processo do envelhecimento, que tradicionalmente está relacionado a debilidades físicas e mentais, instituindo-se, com frequência, que idoso é sinônimo de “acúmulo de doenças”. Dado que os jovens, antes maioria absoluta e indiscutível, tendem exatamente a conviver com uma população cada vez mais idosa, é de crucial importância entender e discutir o olhar jovem sobre o envelhecimento para que este possa ser discutido em suas diferentes faces. Desta forma, o objetivo da atividade é analisar o olhar que o jovem apresenta sobre o processo do envelhecimento e sobre a população idosa, que de acordo com o Estatuto do Idoso equivale à população com mais de 60 anos, bem como apresentar discussões, também a partir do olhar do jovem, das diferentes faces do envelhecimento, ou seja, da visão que este possui sobre o idoso ativo e o idoso não-ativo. Podemos dizer assim, que a proposta é exatamente misturar gerações para se ampliar o conhecimento a respeito das atribuições do envelhecimento, ao mesmo tempo que pretende-se analisar a visão que a sociedade tem passado para o jovem em relação a este complexo e inevitável processo. Para a obtenção do material que nutre a atividade foi utilizada a experiência de alunos do primeiro período de medicina da Universidade Federal Fluminense referente à disciplina Trabalho de Campo Supervisionado I, que para este grupo de estudantes tinha como objetivo discutir aspectos relacionados ao envelhecimento. Os alunos durantes seis meses puderam entrar em contato de forma mais forte com diferentes faces do envelhecimento através de discussões em sala e visitas a campo, o que nos proporcionou analisar os dois extremos do envelhecimento: um que se apresenta de forma ativa, com idosos autônomos e que praticam diferentes tipos de atividades; e de forma não-ativa, com idosos que precisam de atenção ainda mais especial por apresentar debilidades físicas e/ou mentais. Assim, a atividade apresenta-se sustentada em relatos de experiência destes alunos, futuros profissionais da área da saúde e também, futuros idosos e que, portanto, estão profundamente entrelaçados ao processo do envelhecimento de forma muito forte. É extremamente importante observar que tais jovens, durante estes seis meses, apresentaram mudanças em suas opiniões à medida que foram entrando em contato cada vez mais direto com o processo do envelhecimento. É exatamente discutindo, comparando e destacando tais opiniões e relatos dos alunos no decorrer da disciplina que se apresenta sustentada a atividade.