Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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TRANSPLANTE HEPÁTICO: O TEMPO DO PACIENTE EM FILA DE ESPERA E DO TRANSPLANTADO NO CONTEXTO HOSPITALAR
Carina Ribeiro de Aquino

Resumo


A história dos transplantes de órgãos, sob a perspectiva científica e tecnológica é considerada uma técnica desafiadora e complexa. A complexidade desta técnica terapêutica exige uma equipe transdisciplinar para a obtenção do seu sucesso. Um dos profissionais requisitados para compor esta equipe é o profissional de Psicologia. E é neste contexto que se insere o transplante de fígado, que é indicado para hepatopatias crônicas ou agudas em que o único tratamento possível é o transplante. Seu contexto está repleto de alterações que envolvem aspectos biológicos, psicológicos, sociais e econômicos. Mas, considerando os atravessamentos do tempo nesta realidade, a saber, o tempo de espera pelo órgão e o pós operatório, as questões psicossociais se evidenciam no trabalho do psicólogo com esta realidade. Esta pesquisa teve como objetivo geral, conhecer quais são as possíveis experiências psíquicas vividas em dois diferentes tempos: o tempo do paciente que espera na fila por um transplante de fígado e o tempo vivido pelo paciente transplantado no contexto hospitalar. E teve como objetivos específicos: estudar o transplante hepático, discutir a noção de tempo e espaço na perspectiva fenomenológica de Heidegger e suas contribuições para psicologia existencial, investigar as possíveis relações entre as intercorrências orgânicas e seus efeitos psíquicos na qualidade de vida do paciente inserido no contexto do transplante de fígado e compreender a realidade vivida pelo paciente no contexto do transplante hepático no espaço hospitalar. Realizamos uma discussão teórica conceitual do que é e em que contexto acontece o transplante e o transplante hepático e uma discussão filosófica na perspectiva fenomenológica de Heidegger e da psicologia existencial-humanista do que é o tempo. A partir das duas discussões realizamos uma leitura do tempo vivido à luz da perspectiva fenomenológica de Heidegger e das contribuições da psicologia existencial. Através da realização deste trabalho, podemos constatar a importância de pensar o transplantado de fígado, pelo viés da Psicologia, discutindo o tempo sobre uma perspectiva da temporalidade. Ao finalizarmos esta pesquisa, esperamos, com efeito, termos beneficiado os profissionais de psicologia com subsídios para o aprimoramento de sua prática no contexto do transplante hepático. Carina Ribeiro de Aquino Orientador: Arthur Parreiras Gomes