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Ainda existe muito preconceito em relação à tuberculose, em parte por ser uma doença contagiosa e também pelo desconhecimento por parte da população em geral. Embora a tuberculose tenha cura, o tratamento exige esforço por parte do paciente e da equipe assistente, por ser longo e causar diversos efeitos adversos favorecendo o abandono do tratamento. Apresentamos um relato de caso, enfatizando a abordagem da Equipe de Saúde da Família do CMS Professor Julio Barbosa, situado na comunidade da Formiga. H. M., mãe de 8 filhos, portadora de Tuberculose diagnosticada em julho de 2011 em outro Centro Municipal de Saúde na área em que viveu por 30 anos; por ser nova na comunidade da Formiga, resistiu inicialmente ao seu tratamento por recusar a aceitar a patologia, desconhecer os profissionais de saúde.Solicitou sigilo, por ter receio de sofrer preconceito pela vizinhança e pelos profissionais . A equipe teve que desenvolver o acolhimento humanizado adequado ao tratamento de longa duração. A usuária optou por ir diariamente à farmácia (TDO – Tratamento Diretamente Observado) para tomar as medicações, exceto fins de semana. No início do tratamento H. M. apresentou bastante resistência, porém esta foi adquirindo confiança na equipe após muitas conversas com escuta ativa. No local encontrava sempre um sorriso por parte dos profissionais, era chamada pelo nome (e após algum tempo até pelo apelido) e recebeu uma squezze identificada com o seu nome e que diariamente era cheia com água gelada à sua espera. Durante o primeiro mês de tratamento foi diagnosticada uma nova gravidez. H. M. foi inserida no pré-natal da unidade sem apresentar resistência. No segundo mês de tratamento foi realizada a baciloscopia de controle, estando já negativada. A adesão ao tratamento foi conquistada a partir do planejamento da assistência individualizada considerando a etapa de vida e o contexto social ao qual a usuária está inserida. Para a Estratétgia Saúde da Família é importante acolher os usuários de forma humanizada promovendo a vinculação com os profissionais, minimizando os entraves no decorrer do tratamento e cura da tuberculose; respeitando a dignidade e a autonomia dos indivíduos.