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VIDA SIM! PROGRAMA DE PREVENÇÃO AO SUICÍDIO EM MUNICÍPIO DO SUL DO BRASIL
Resumo
O suicídio é compreendido como um fato social, e caracteriza-se como um importante problema de saúde pública, assim como outros comportamentos auto-agressivos, pode ser considerado a saída de um sofrimento intenso e intolerável. Nos últimos anos, vêm sendo proposto programas e intervenções com a finalidade de prevenir o agravo, com ações direcionadas à melhoria da qualidade de vida dos grupos mais atingidos e a eliminação do estigma que cerca o suicida e os sobreviventes. Este estudo apresentar o tema da prevenção do suicídio a partir da análise de um programa de prevenção. O objetivo deste trabalho é apresentar uma experiência exitosa no enfrentamento do suicídio, que constituiu uma iniciativa local frente aos elevados índices de violência auto-infligida. Trata-se de um estudo de caso do Programa de Promoção à Vida e Prevenção ao Suicídio de Candelária/RS, um município brasileiro que apresenta altos coeficientes de mortalidade por suicídio. Os dados foram produzidos por meio de observação participante, entrevistas com a equipe, grupos de discussão e análise de documentos, que compreendeu um momento de geração e outro de validação com a equipe do programa, através de rodadas de discussão coletiva, em que se pensou o programa em seu dinamismo e plasticidade. Para discussão dos dados foram construídas algumas categorias: início do programa, linha de cuidado, gestão do processo de trabalho e avaliação do programa. O Programa de Prevenção ao Suicídio do município de Candelária busca a participação de todos profissionais de saúde e de outros setores para lidar com o problema, rompendo com a idéia de reduzir o suicídio a uma questão individual para pensá-lo enquanto problema social que necessita soluções coletivas. No entanto, representa um programa inovador para a prevenção do suicídio, tanto em termos de originalidade e relevância da proposta quanto em termos do impacto na mortalidade pelo agravo, pois após a implementação do programa, as taxas de mortalidade por suicídio decresceram de 5 óbitos/ano (21/100.000 habitantes) para 3,6 óbitos/ano (coeficiente médio de 12/100.000). Nesse sentido, o estudo pretende estabelecer um diálogo com experiências de outros locais e traz contribuições para programas de prevenção do suicídio.Palavras Chave: Suicídio; programa de prevenção do suicídio, saúde.