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VISITA DOMICILIAR COMO ESTRATÉGIA DE REORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Resumo
Sheila de Almeida Souza Santos1; Ana Lúcia Abrahão2; Ândrea Cardoso de Souza3; Dalvani Marques4 Introdução: A assistência domiciliar faz parte mais uma vez das discussões sobre os modos de proporcionar atendimento à população. O Ministério da Saúde lançou em 2011 a portaria 2527/11 da Atenção Domiciliar definindo a Visita Domiciliar (VD) atenção básica como uma modalidade de cuidado no domicílio (BRASIL, 2011). A VD é um dispositivo de intervenção indispensável na Estratégia de Saúde da Família, sendo utilizado pelos profissionais das equipes de saúde para conhecer e identificar as condições de vida e saúde do indivíduo e das famílias sob sua responsabilidade (TAKAHASHI; OLIVEIRA, 2001). A utilização de práticas voltadas para o usuário realizadas nos serviços de saúde necessita da adoção de tecnologias leves (Merhy, 2003); estas se concretizam em práticas relacionais, como o acolhimento. O ouvir permite ao profissional de saúde a ampliação de atendimento, além de potencializar as intervenções voltadas para resolução dos problemas trazidos pelo usuário, o que possibilita uma melhor atenção á saúde. Para tanto, é necessário que o profissional mostre-se aberto para o diálogo e para a escuta (MORAES; BERTOLOZZI; HINO, 2011). Objetivo: conhecer as acepções que os profissionais do Programa Médico de Família de Niterói/RJ (PMFN) conferem a Visita Domiciliar como uma possibilidade de acolhimento. Método: Foi realizada uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, tendo sido adotadas como técnicas de pesquisa: levantamento documental, observação participante e entrevista semi-estruturada com atores das equipes do Programa Médico de Família de Niterói dos seguintes módulos: Cafubá II, Engenho do Mato I, Palácio e Viradouro. A amostra foi composta por 13 profissionais, sendo um agente comunitário de saúde, duas enfermeiras, quatro médicas e seis técnicas de enfermagem. Resultado: Os dados foram analisados através da análise de conteúdo, da qual emergiram as seguintes categorias: a potencialidade da visita domiciliar como um dispositivo de acolhimento; planejamento da visita domiciliar no PMF; visita domiciliar como instrumento de (re) significar a prática dos profissionais. Conclusão: Com esse estudo foi possível conhecer as acepções que os profissionais do Programa Médico de Família conferem a Visita Domiciliar como uma possibilidade de acolhimento no cotidiano das práticas. A VD possibilita a construção de vínculos entre usuários, familiares e profissionais, fato este que potencializa a VD como um dispositivo para o acolhimento em saúde. Referências: MERHY, E. E.; Um dos Grandes Desafios para os Gestores do SUS: apostar em novos modos de fabricar os modelos de atenção in Merhy et al, “O Trabalho em Saúde: olhando e experienciando o SUS no cotidiano”, São Paulo, HUCITEC, 2003. MORAES, P. A.; BERTOLOZZI, M. R.; HINO, P. Percepções sobre necessidades de saúde na Atenção Básica segundo usuários de serviço de saúde. Revista de Enfermagem/USP, São Paulo, vol.45 n.1, março, 2011. TAKAHASHI, R. F.; OLIVEIRA, M. A.C. A visita domiciliária no contexto da Saúde da Família. In: Ministério da Saúde. Manual de enfermagem - programa de saúde da família. São Paulo, p.43-6, 2001. 1 Enfermeira graduada pela Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/ Universidade Federal Fluminense. 2,3,4Professoras da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/ UFF.