Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
PARTICIPAÇÃO POPULAR NA GESTÃO DO SUS
Francisca Silva de Alencar, Gisele Lopes Oliveira, Nicacia Souza Oliveira, Edeiza Ataliba Bastos, Natalia Bastos Ferreira, Raimundo Tavares de Luna Neto, Gislene Farias de Oliveira, Katiana Bezerra Bastos, Marina Pessoa de Farias Rodrigues

Resumo


Introdução: A Lei 8.142/90 assegura a participação da comunidade no processo de gestão, formulação e fiscalização do Sistema Único de Saúde. Dessa forma efetiva-se o controle social nas políticas públicas através dos conselhos e conferências de saúde, para que se cumpra a gestão compartilhada do SUS com responsabilidade e cidadania. Objetivo: Investigar a atuação e participação da população nas políticas do SUS para garantia da saúde como direito fundamental à vida humana. Método: Trata-se de um estudo com caráter exploratório descritivo, fundamentado na abordagem qualitativa. O estudo foi realizado na sala de espera de cinco Unidades Básicas de Saúde do município de Iguatu-CE, sendo 20 sujeitos de cada unidade o que totalizou uma amostragem de 100 usuários do SUS. Utilizou-se um roteiro de entrevista semiestruturada visando atender as indagações referentes ao conhecimento sobre os Conselhos de Saúde e a maneira que ocorre a participação dos mesmos nas políticas de saúde do seu município. Após organização das informações colhidas, realizamos uma análise dos conteúdos buscando atender o objetivo proposto pelo estudo em questão. Resultados: As respostas foram as mais preocupantes possíveis, sendo que 96% da amostra nunca participaram e nem tampouco conhecem o modo como se dá a participação popular na gestão, fiscalização e consolidação do SUS. Apesar de quatro usuários integrarem o Conselho Municipal de Saúde, ficou notório a falha e ineficiência do órgão em privilegiar pessoas do partido vigente, quando um dos sujeitos relatou que os gestores priorizavam a participação de usuários do mesmo partido político e nunca o da oposição, visando concordar com as prestações de contas locais para serem aprovadas. Com isso justificamos o objetivo deste estudo que evidencia a necessidade de ações de educação em saúde também no âmbito da construção de autonomia dos cidadãos na gestão participativa do SUS. Conclusão: Finalizamos esse trabalho com o reconhecimento dos usuários do SUS como principal protagonista do processo de organização e participação nos mecanismos essenciais para a construção de um sistema de saúde mais efetivo. Desse modo, é preciso contribuir para o incentivo dos cidadãos para buscarem e participarem da efetivação da saúde com qualidade e resolutividade, pois foi dessa maneira que o SUS avançou em direção à democracia.

Palavras-chave


Gestão, SUS, Participação popular.

Referências


COHN, A. A Saúde como Direito e como Serviço. São Paulo: Cortez, 2002.

 

CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: Métodos Qualitativo, Quantitativo e Mistos. 2 ed. São Paulo: Artmed Editora, 2007.

 

DIAS, C. A. Grupo Focal: Técnica De Coleta De Dados Em Pesquisas Qualitativas.v.10 n.2, p. 1-12, 2000.Informação & Sociedade: Estudos - ISSN: 1809-4783. Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/330/252>. Acesso em: 30 abr. 2013.

 

FARAGO, C. C.; FOFONCA, E. A Análise de Conteúdo na Perspectiva de Bardin:

do Rigor Metodológico à Descoberta de um Caminho de Significações. RESENHA, Universidade Federal de São Carlos, 2011. Disponível em: <www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao18/artigos/007.pdf>.  Acesso em: 03 abr. 2013.

FELIPE, G. F. Educação em Saúde em Grupo: olhar da enfermeira e do usuário hipertenso.Universidade Estadual do Ceará Centro de Ciências da Saúde. Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Curso de Mestrado Acadêmico Cuidados Clínicos Em Saúde Fortaleza-CE, 2011.

 

FERNANDES,M.C.P; BACKES, V.M.S. Educação em saúde: perspectivas de uma equipe da Estratégia Saúde da Família sob a óptica de Paulo Freire. RevBrasEnferm, Brasília 2010 jul-ago; v.63, n.4, p. 567-73.

 

FERNANDES, R. A. Q.; NARCHI, N. Z. Conhecimento de gestantes de uma comunidade carente sobre os exames de detecção precoce do câncer cérvico-uterino e de mama. Revista Brasileira de Cancerologia, v.48, n.2, p.223-230. 2002.

 

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa.São Paulo: Paz e Terra, 1996, p.165.

 

______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 29 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004, p. 54.

 

GOMES, R. Desafios da atenção à saúde integral da mulher. Ciênc. saúde coletiva [online], Editorial, vol.16, n.5, p. 2358. 2011.

 

GUERRA, C.C.; SOARES G. G.; NOVAIS, G.S.; MEDEIROS, M.N. A sala de espera como local de acolhimento interdisciplinar a vítimas de violência conjugal. Caderno Espaço Feminino, v. 17, n. 01, jan./jul. 2007.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Demográfico 2010 (Resultados iniciais). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=230550#>.  Acesso em: 17 fev. 2013.

 

LEONELLO, V. M.; OLIVEIRA, M. A. C.. Competências para ação educativa da enfermeira. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]., v.16, n.2, p. 177-183. abr. 2008.

 

LEFÉVRE, F.; LEFRÉVE, A. M. C. O discurso do sujeito coletivo: um novo enfoque em pesquisa qualitativa (desdobramentos). 23 ed. Caxias do Sul: Edus, 2005.

______. Pesquisa Qualitativa Levada a Sério. São Paulo - SP, 2003. Disponível em: <http://www.fsp.usp.br/quali-saude/Discurso_o_que_e.htm>. Acesso em: 04 mai. 2013.