Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Marta Alves Santos

Resumo


O presente trabalho apresenta a importância da educação em saúde na atenção primária (APS) no município de Niterói, pois a referida cidade foi uma das pioneiras na implantação de novos modelos de atenção primária no país na década de 1990. A trajetória histórica da APS inscreve interpretações que são eixos de debate, pois  é definida tanto como nível seletivo, como nível primário e como estratégia de organização dos sistemas de saúde. No Brasil, a atenção primária apresenta centralidade na agenda pública nos meados dos anos 1990 e sofre alterações no financiamento do setor, na gestão e provisões de ações com a adoção de novos programas. Assim, em 1994, período marcado pela política neoliberal que aposta no corte com gastos públicos, há um aumento significativo dos números de programas relacionados à atenção básica. Porém, devido ao contexto político, estes destinam-se à ampliação da cobertura de serviços de saúde para a população mais empobrecida. No entanto, a proposta do SUS abarca um modelo de atenção primária que inscreve a integralidade e a educação em saúde como ações que confrontam com esse modelo focalizado. A educação em saúde não operacionaliza-se em transferência de informação que reforce a subalternização dos usuários. Uma prática socioeducativa enfatiza a participação social dos usuários e produz o conhecimento crítico da realidade. Enfim, uma proposta de educação em saúde objetiva socializar um conceito primordial: a consciência sanitária. Assim, são postos desafios para o profissional de saúde que propõe viabilizar uma prática socioeducativa atrelada a atividades preventivas. Observa-se que a atenção básica na saúde é um dos espaços institucionais que viabiliza o contato direto aos usuários, favorecendo o desenvolvimento de ações socioeducativas pelos profissionais de saúde. A realização dessas ações, a mobilização dos usuários para participar no controle social são atividades que fornecem elementos para transformar a realidade. No entanto, seguir esses rumos significa encarar desafios que apresentam-se no cotidiano profissional. Significa buscar a atualização permanente, acompanhando as dinâmicas societárias e apostando no SUS com efetivação da atenção integral, priorizando ações de educação em saúde.

Palavras-chave


educação em saúde;atenção primária;política de saúde

Referências


ALBUQUERQUE,Paulette Cavalcanti. “A atenção popular na atenção básica àsaúde no município: em busca da integralidade” in: InterfaceComunicação, Educação e Saúde. Volume 8. Nº15, 2004.ALVES, VâniaSampaio. “Um modelo de atenção em saúde para a Saúde daFamília: pela integralidade da atenção e reorientação do modeloassistencial” in: Interface Comunicação, Educação e Saúdevolume 9 nº16, fevereiro de 2005.FAUSTO, MárciaCristina Rodrigues. Dos programas de medicina comunitária ao SistemaÚnico de Saúde: uma análise histórica da atenção primária napolítica de saúde brasileira. Instituto de Medicina Social. RJ.UERJ, 2005.MACHADO, Maria deFátima; MONTEIRO, Estela Maria Leite, QUEIROZ, Daniele Teixeira;VIEIRA, Neiva Cunha; BARROSO, Maria Graziela Teixeira. Integralidade,formação de saúde, educação em saúde e as propostas do SUS in:Ciências e Saúde Coletiva, nº12, 2007.MARQUES, Deise Lucy.Educação em Saúde na Atenção Básica: concepções dosprofissionais médicos do Programa Médico de Família de Niterói.RJ: Tese de Doutorado em Política Social. UFF, 2006.MENDES, EugênioVilaça. A atenção primária à saúde no SUS. Fortaleza: Escola deSaúde Pública do Ceará, 2002.MINISTÉRIO DASAÚDE. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. DFBrasília, 2009.