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Os parâmetros curriculares do MEC e as diretrizes básicas do SUS desafiam a Universidade na formação de um profissional de saúde: crítico, reflexivo, tecnicamente competente e compromissado em responder às questões concretas de vida da população. Considera-se que uma política de educação para o SUS envolve o investimento nos profissionais em serviço, em discentes e docentes. Cabe à universidade junto com os serviços propiciar espaços de discussão e análise das práticas cotidianas como um caminho para a construção deste modelo de formação e cuidado à saúde. Objetivo: relatar e analisar as atividades desenvolvidas por um projeto de extensão e realizadas de 1999 a 2013. Fundamentado na concepção de Paulo Freire, os saberes, experiências, vivências, crenças, dúvidas dos partícipes foram a base das atividades sobre os seguintes temas: políticas públicas de saúde, de alimentação e nutrição e de Segurança Alimentar e Nutricional, relacionadas às ações de nutrição na atenção básica. Os encontros conduzidos por docentes e por profissionais externos ao projeto proporcionaram a problematização, reflexão e atualização a partir de exposição oral dialogada, de dinâmicas de grupo, da troca de experiências e de vivências culinárias. A escolha dos temas resulta de avaliações anuais dos participantes que apontam expectativas, pontos positivos e dificuldades. As oficinas se desenvolvem na Faculdade de Nutrição com a presença média de 20 pessoas. Busca-se valorizar o diálogo do saber acadêmico com o conhecimento produzido no cotidiano dos serviços e dos usuários para identificação e atuação transformadora dos problemas enfrentados. Os participantes relataram que o projeto tem propiciado a formação de vínculos, parcerias e integração entre universidade-serviço de saúde e, entre os próprios nutricionistas. Um dos resultados do projeto foi estimular a organização da área técnica de nutrição no município de Niterói e contribuir para a consolidação e ampliação de unidades como campo de prática de disciplinas da graduação. Nestes 15 anos, a aproximação entre universidade-serviço tem sido motivadora à busca por melhorias na qualidade da formação e cuidado à saúde. Como desafio é necessário a ampliação do espaço de diálogo incluindo outros atores e setores da política de alimentação e nutrição e a articulação intra e intersetorial para a incorporação de novos saberes e práticas em saúde e nutrição na defesa do SUS.

educação permanente; formação; nutrição