Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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A FORMAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: UMA ANÁLISE A PARTIR DO REFERENCIAL DAS COMPETÊNCIAS
Danielle Vieira Brandão

Resumo


Considerando a expansão do programa de saúde da família vivida no Rio de Janeiro nos últimos 3 anos, as constantes transformações no processo produtivo dos ACS e ainda a importância deste dentro da mesma, somadas  a complexidade do conceito de formação por competências, e as transformações vividas hoje na categoria trabalho, a presente pesquisa, realizada através de revisão bibliográfica teve como objetivo geral: Analisar a proposta de formação do Ministério da Saúde para a categoria Agente Comunitário a luz do conceito de formação por competências, avaliando seus desdobramentos na consolidação da categoria dentro da estratégia de saúde da família.Dada a importância que tal categoria profissional representa nesse momento para a reorientação do modelo de atenção, a pesquisa vem contribuir para o debate sobre as políticas de formação no SUS, sobretudo em relação à estratégia de saúde da família.Foi realizada revisão da produção científica nos últimos 10 anos, encontrada através de busca nas bases Lilacs e Bireme. A categoria de análise utilizada nesta revisão bibliográfica foi à formação por competências enfocando a categoria Agente Comunitário de Saúde (ACS). Os descritores foram: ACS, formação, competências. O total de artigos encontrados, no caso 27, foi agrupado em categorias de análise, a partir da leitura e definição do tema principal abordado em cada um. As categorias foram: Formação, Perfil/Atribuições, Histórico, Relato de experiência. Ao final da análise foi possível concluir o quanto o processo de formação avançou, apesar de ainda ser considerado desestruturado, apontando para necessidade de reavaliação do processo. As atribuições variadas que os ACS acabam desempenhando, a característica e responsabilidade de ser “elo” entre a população e a equipe, promover saúde sem reproduzir o modelo biomédico e ao mesmo tempo não afastar a dimensão científica das orientações, trazem a tona questões complexas observadas nas referências analisada. Um alerta também é apontado quanto ao risco de ser formar por competência, no sentido do peso que se atribui a subjetividade em detrimento a questão técnica. A partir disso podemos avaliar a importância de se debater mais sobre o tema. .

Palavras-chave


agente comunitario; formação ;competências

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