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Introdução: Os modos como são organizados e produzidos os serviços e as ações de saúde no cotidiano revelam, entre outros aspectos, a relação entre a formação dos trabalhadores e os modelos de saúde instituídos. A organização e a experiência vivenciada nos espaços de atuação de estágio curricular obrigatório, nos cursos de educação profissional técnica em saúde, refletem as concepções formativas que norteiam a estrutura curricular desses cursos. A análise dessas concepções permite compreender como são pensadas as relações entre a teoria e a prática, a configuração dos processos de trabalho, as relações entre os sujeitos, os processos e as finalidades da produção de saúde, sejam elas econômicas ou sociais. Objetivos: Este estudo visa refletir sobre as finalidades do estágio curricular obrigatório nos cursos de educação profissional técnica em saúde e seu impacto nos processos de trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS). Métodos: O estudo baseia-se em pesquisa bibliográfica e pesquisa documental, considerando a legislação vigente, a análise de currículos e projetos político-pedagógicos. Resultados: Propostas que concebem o estágio como preparação e adaptação para execução de tarefas para atender às demandas do mercado e como espaço de conhecimento de práticas apenas instrumentais fortalecem a fragmentação do trabalho em especialidades autônomas, a divisão entre os que concebem o processo de trabalho e aqueles que o executam. Por outro lado, propostas formativas que concebem o estágio como um ato educativo e o processo de trabalho como uma unidade indissolúvel entre os seus aspectos manuais e os intelectuais, vão compreender o estágio como práxis que se traduz na integração entre a formação geral, técnica e política. O estágio significa mais do que estudos práticos para aprendizagem e experiência em determinado campo ou habilitação. Ele se configura numa experiência essencial para a compreensão aprofundada dos princípios que estão na base da organização do trabalho no SUS. . Conclusão: O estágio, ao ser considerado como um ponto convergente entre a teoria e a prática e um componente facilitador para a análise crítica e reflexiva dos processos de trabalho nele envolvidos, se constitui em um potente elemento de integração das atividades práticas, científicas e interpessoais, sendo um dispositivo para operar mudanças pedagógicas, no desenvolvimento do SUS e nos sujeitos.

estágio curricular, formação profissional, processo de trabalho em saúde