Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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DEVIR CUIDADORA DE PREMATURO APÓS A ALTA HOSPITALAR E OS DISPOSITIVOS CONSTITUINTES DA CONTINUIDADE DA ATENÇÃO
Patrícia Pinto Pinto Braga, Roseni Rosângela de Sena

Resumo


Introdução: A realização deste estudo partiu da premissa de que a assistência pós-alta ao prematuro configura-se em um contexto de oferta de serviços com suas distintas tecnologias e, sobretudo, a partir da implicação e intencionalidades dos sujeitos envolvidos na atenção. Objetivo: O objetivo do estudo foi analisar os dispositivos constituintes da continuidade da atenção à criança nascida prematura. Buscou-se também analisar como as cuidadoras vivenciam a atenção pós-alta ao prematuro e como é a oferta de serviços a esta população nos municípios de investigação. Metodologia: Optou-se por um estudo do tipo qualitativo orientado pela abordagem dos teóricos Deleuze e Guatarri. Os cenários foram três municípios pertencentes à Macrorregião Oeste do Estado de Minas Gerais. O trabalho de campo foi dividido em duas fases. Na primeira foram realizadas entrevistas com profissionais e gestores e na segunda entrevistas em história oral temática com cuidadoras de prematuros. Resultados: A análise revelou a formação de um território assistencial imbuído de (des)encontros, fluxos conectivos, linhas de fuga, serviços ofertados, acesso e não acesso, produções desejantes que vão compondo uma rede rizomática, ora potencial para a continuidade da atenção, ora remetendo a uma descontinuidade do cuidado. Identificou-se que a rede rizomática opera rumo à continuidade da atenção, quando há oferta oportuna de serviços, constituição de vínculo e suas produções desejantes e encaminhamentos aos diferentes serviços que vão se mostrando necessários. A constituição de vínculo e o protagonismo das cuidadoras foram identificados como dispositivos constituintes da continuidade da atenção e remetem a uma produção da vida, ou seja, uma autonomia na maneira delas levarem a vida. Há uma descontinuidade da atenção, que contribui para a produção do adoecimento, na ausência de constituição de vínculo entre profissionais e cuidadoras, em condições socioeconômicas desfavoráveis, quando há “passividade” da cuidadora diante da atenção pós-alta ao prematuro. O devir cuidadora de prematuro configura uma trajetória de produções de subjetividades no qual diferentes (des)encontros e a reorganização da vida cotidiana tecem uma experiência vivida. Conclusão: O protagonismo das cuidadoras e a constituição de vínculos no contexto da micropolítica do trabalho em saúde poderão aliados às distintas tecnologias e estruturas disponíveis, favorecer a continuidade da atenção com vistas a uma produção da vida.

Palavras-chave


Redes de atenção, prematuridade, continuidade