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O CONSUMO DE DROGAS ÍLICITAS ENTRE ESCOLARES
Resumo
O consumo de substâncias ilícitas entre escolares, tem se tornado uma preocupação crescente nos últimos anos. A OMS sugere a utilização do modelo Habilidades de Vida, o qual se configura como um processo de desenvolvimento de competências psicossociais consideradas essenciais para o desenvolvimento humano. Nessa perspectiva, a instituição escolar tem sido apontada como palco privilegiado para a realização de intervenções de natureza preventiva e educativa. Para tanto objetivou-se identificar os indicadores de risco associados ao consumo de drogas ilícitas em escolares provenientes de escolas públicas de uma comunidade do sul do Brasil. Trata-se de uma pesquisa transversal não experimental, realizada com 535 estudantes do ensino fundamental e médio, representativos de seis escolas públicas de uma comunidade do Sul do Brasil. Os dados foram coletados por meio de um questionário, entre os meses de outubro/2011 e março/2012. Os resultados foram apresentados por distribuição de frequência simples e relativa e razões de chance (OR) e os intervalos de confiança 95% foram calculados para verificar associação entre as variáveis dependentes e independentes. Ainda, uma análise multivariada foi conduzida para o desfecho “você já usou drogas ilícitas?” A análise univariada demonstrou associação entre as variáveis: renda familiar, cor, turno em que estuda, reprovação escolar, utilização de métodos de prevenção, hábito de fumar e se conhece alguém que utiliza drogas, as quais se mostraram associadas ao desfecho já ter experimentado drogas ilícitas. Após a análise multivariada, entretanto, o hábito de fumar foi o único indicador significativamente associado sobre já ter utilizado drogas ilícitas (OR 20,1 CI95% 6,13-65,9). Conclui-se, portanto, que o consumo de tabaco e outras drogas ilícitas entre os escolares é mais frequente que na população em geral, o que reforça a necessidade de um maior conhecimento acerca fenômeno para o desenvolvimento de ações de prevenção e elaboração de políticas específicas dirigidas para esse grupo. O conhecimento dessas variáveis é essencial para o desenvolvimento de estratégias de intervenção eficientes, possibilitando a identificação do problema mesmo antes de sua existência. Entre esses fatores de risco destacam-se características do desenvolvimento psicológico e social do indivíduo e características do próprio meio em que vive, especialmente quanto às condições gerais de oferta e disponibilidade do tabaco e outras drogas ilícitas.
Palavras-chave
Drogas ilícitas; Enfermagem; Fatores de risco; Escolares
Referências
1 Organização Mundial da Saúde. World Health Report, Working Together for Health. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2006.
2 Paiva FS, Rodrigues MC. Habilidades de vida: uma estratégia preventiva ao consumo de substâncias psicoativas no contexto educativo. Juiz de Fora: Universidade Federal de Juiz de Fora/UFJF; 2008.